Sua Nota é um Show de Solidariedade ajuda instituição a combater a cegueira no estado
Foto: Divulgação IBOPC

Com cerca de 244 mil atendimentos ambulatoriais realizados todos os anos por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), o Instituto Brasileiro de Oftalmologia e Prevenção da Cegueira (IBOPC), braço social do Hospital Humberto Castro Lima (HHCL), localizado no bairro do Canela, em Salvador, é referência no tratamento da visão e combate à cegueira. O Instituto é uma das 553 instituições que participam do programa Sua Nota é um Show de Solidariedade, coordenado pela Secretaria da Fazenda do Estado (Sefaz). A entidade integra o Sua Nota desde 2012 e já recebeu R$ 2,32 milhões em prêmios.

O Instituto atende pacientes com várias enfermidades ligadas à visão, como catarata, glaucoma e problemas na retina, realizando atendimentos clínicos e cirurgias, além de diversos exames na área da oftalmologia. Os recursos do programa são garantidos por meio da pontuação obtida pela entidade por meio do compartilhamento de notas fiscais eletrônicas pelos participantes da campanha Nota Premiada Bahia. O dinheiro recebido tem sido aplicado na compra de medicamentos, material cirúrgico, equipamentos e também para o pagamento de despesas com energia elétrica e folha de pessoal.

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De acordo com a gerente de Marketing do HHCL/IBOPC, Mônica Marques, os recursos têm sido determinantes para a manutenção do atendimento aos pacientes que mais precisam. “Os recursos arrecadados são decisivos para muitas ações. Se eu compro uma maca nova, um equipamento, pago a conta de luz e água ou faço uma melhoria, estou impactando na vida de cada cidadão que vem aqui. Como instituição filantrópica sem fins lucrativos, trabalhamos historicamente para manter o equilíbrio financeiro e, certamente, a campanha é determinante para isso”.

O Instituto Brasileiro de Oftalmologia e Prevenção da Cegueira é o braço social do Hospital Humberto Castro Lima. Juntos, eles contam com 13 consultórios, cinco salas para realização de cirurgias, 42 leitos (30 deles para pacientes SUS). O hospital conta, também com sete salas equipadas para exames complementares e uma sala de adaptação de lentes de contato, tudo isso distribuído em sete andares, numa área total de mais de 4 mil metros quadrados, que atende cerca de 94% dos municípios baianos. Trata-se da maior estrutura de hospital de Oftalmologia da Bahia.

Segundo Mônica Marques, a adesão da população à Nota Premiada Bahia é boa e precisa se manter firme. “A sociedade realmente se engajou e está sempre com a gente, todos os meses, colocando o CPF na nota e declarando as compras, para que a Secretaria da Fazenda possa aferir e destinar esse recurso ao IBOPC”. Ela explica que a instituição realiza campanhas internas e, eventualmente, externas para mobilização e o cidadão é fundamental para que o hospital se mantenha com uma boa quantidade de notas compartilhadas. “Mais que recurso financeiro, é recurso de vida, é acesso à saúde”, completa.

O cidadão protagonista da Solidariedade

Além dos prêmios em dinheiro que cada cidadão pode receber ao colocar o CPF nas notas, por meio do programa Nota Premiada Bahia, as instituições filantrópicas da área da saúde e social também ganham. É simples: no momento do cadastro, cada participante pode escolher duas instituições filantrópicas do programa que ele desejar que sejam contempladas e recebam recursos. Assim, o participante exerce um papel ativo, participativo, no qual pode contribuir para manter importantes instituições da sociedade que, entre outros benefícios, promovem educação, bem-estar, lazer, educação e muita saúde a toda a sociedade.

O coordenador da Nota Premiada Bahia, André Aguiar, explica que, para participar, basta se cadastrar na campanha preenchendo o formulário disponível no site www.notapremiadabahia.ba.gov.br. Depois é só incluir sempre o CPF na nota fiscal das compras realizadas no varejo baiano. “Quanto mais notas com CPF, mais bilhetes são gerados para concorrer aos prêmios e também ajudar as instituições”, ressalta.

A cada quatro meses, as notas compartilhadas transformam-se em repasses para as entidades ativas. Recentemente, o valor a ser distribuído entre as instituições foi ampliado pelo governador Jerônimo Rodrigues, passando de R$ 3 milhões para R$ 5 milhões. “Os recursos são públicos e, neste programa, o cidadão é o maior protagonista. Ele decide”, afirma André Aguiar.

O Instituto

Inconformado com a quantidade de pessoas que ficavam cegas pela falta de acesso à saúde, o oftalmologista e professor Humberto de Castro Lima fundou, em 1959, o Instituto Brasileiro de Oftalmologia e Prevenção da Cegueira. A instituição, que cuidava dos indigentes (na época não existia o SUS), começou a funcionar em um pequeno barracão de obras de madeira, emprestado, no bairro do Canela. Algum tempo depois, as atividades foram transferidas para uma casa e, em 1986, ganharam um edifício e anexos. Neste momento, o hospital passou a se chamar Hospital Humberto Castro Lima, em homenagem ao seu fundador.

O IBOPC tem como um dos valores “ensinar e aprender” e atua, também, como Hospital Escola, formando Oftalmologistas e subespecialistas em Oftalmologia que atuam na Bahia e em diversos estados do Brasil. O ensino se dá em regime de tempo integral, para residentes e, parcial, para o Fellowship, um programa de complementação especializada voltado para médicos e profissionais de outras áreas da saúde, incluindo especialistas interessados em aperfeiçoar seus conhecimentos em subespecialidades. Todos os estudantes da Residência são orientados por profissionais da área de Oftalmologia.

A gerente Mônica Marques destaca que cerca de 70% da cegueira do mundo é evitável com tratamento precoce e prevenção, mas que, quando acontece, ela impacta diretamente o paciente, já que a pessoa precisa reaprender a viver com essa condição, mas existem consequências sociais muito grandes. Elas se dão no mercado de trabalho, na economia, na família e com os cuidadores. “Combater a cegueira é uma forma de garantir cidadania. Por isso, ela está no DNA do IBOPC”, afirma.

Fonte: Ascom/Sefaz