Professora aposentada da rede estadual celebra magistério como ofício que transcende a sala de aula
Fotos: Ascom/SEC

O desejo de fazer a diferença na vida dos seus alunos é o que sempre moveu a professora de Língua Portuguesa e Redação, Rozanne Carla da Silva Garcia, 55 anos. Para tanto, acreditava que, diariamente, “deveria promover uma revolução no pensar e no agir deles”. A educadora assegura que a meta foi batida com sucesso, no decorrer de 30 anos dedicados ao magistério público da rede estadual da Bahia, da qual se aposentou em 2021. O balanço positivo de sua trajetória, diz, é fruto de um trabalho realizado com amor, empatia, devoção e responsabilidade. Nascida em Alagoinhas e residente em Salvador, ela continua acumulando “relevantes e desafiantes” histórias na carreira. Na passagem do Dia do Professor (15 de outubro), a docente comemora as vitórias e se recorda como tudo começou.

“Sempre gostei de acompanhar minha mãe, que era professora do Ensino Fundamental, quando ia dar aulas. Ela ensinou na rede pública por mais de 32 anos. Tive o melhor exemplo de educadora em casa. Vê-la preparar o material para os alunos, com dedicação e carinho, foi o meu maior incentivo. Não existiam obstáculos para ela, assim como para mim. As adversidades me impulsionaram a ser cada vez mais referência para meus alunos”, conta. Para Rozanne, que estava recém-graduada quando passou no concurso público estadual, em 1992, a conquista significou não só estabilidade e independência econômica, mas, sobretudo, “a possibilidade de oferecer o seu melhor para se tornar uma profissional que pudesse fazer a diferença”.

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Rozanne acredita que a presença do professor é essencial, também, para que aconteçam mudanças no processo social. “As salas de aula apresentam, diariamente, desafios para qualquer educador. Independentemente de seus conhecimentos ou títulos, a Educação, hoje em dia, exige muito mais do professor. Saber administrar conflitos; ter a atenção dos alunos durante a exposição dos conteúdos; validar a educação como forma de alcançar objetivos e conquistas, sem dúvidas, são tarefas que exigem bastante de nós”.

Foto: Ascom/SEC

Presença marcante – A recompensa do ofício vivido com paixão chegou em episódios que encheram a professora de orgulho. “Provavelmente, os mais significativos foram os que ouvia dos estudantes, no final do Ensino Médio: muito obrigado(a) por ter acreditado em mim, por não ter desistido de mim. Muitas vezes, fui chamada de mãe pelos meus alunos. A maneira firme que falava representava segurança para a grande maioria. Dizer não, quando necessário, fazia a diferença em momentos difíceis. O que me deixa mais feliz é saber que vários acreditaram neles, porque eu acreditei”, reflete Rozanne, que adotava o sociointeracionista como método pedagógico. “Sempre acreditei que toda construção deve ser bilateral. Meu conhecimento seria uma ponte de construção para que o aluno alcançasse sua vitória”, justifica, ressaltando que trabalhou com projetos da Secretaria da Educação do Estado (SEC) voltados para o protagonismo estudantil como forma de investimento educacional.

Nessa perspectiva, a educadora diz que jamais desistiu de tentar fazer o possível para ajudar a transformar a realidade dos seus alunos, não negando as dificuldades, mas os incentivando, os encorajando e os acolhendo. “Estar em sala de aula é desafiador, nem sempre temos o necessário. Por isso, resolvi que eu seria o melhor material didático para eles”, pontua a professora, que iniciou sua jornada no Centro Educacional Carneiro Ribeiro – Escola Parque, no bairro da Caixa D’Água, e, em seguida, passou pelos colégios estaduais Francisco da Conceição Menezes, no Cabula; Heitor Villa Lobos, no Cabula VI; e Carlos Santana, no Nordeste de Amaralina. Nessa trajetória, os educadores Paulo Freire, Anísio Teixeira e Darcy Ribeiro foram suas maiores referências. “As perspectivas libertárias, críticas e consistentes do papel do educando e do educador sempre me fizeram acreditar na educação como um processo igualitário”, enaltece.

Se pudesse falar para os que estão iniciando ou que pensam em desistir, ela diria: “Acreditem na sua verdade, no seu poder de transformação e em seu plantio. Qualquer profissão, quando exercida com responsabilidade e competência, vale a pena ser seguida. No entanto, apenas nós, professores, permanecemos no subconsciente daqueles que habitam nossas salas de aula. Somos nós que incentivamos a construção de sonhos, somos nós os semeadores de todas as outras profissões”.

Fonte: Ascom/SEC