O centenário da artista mexicana Frida Kahlo foi comemorado hoje (6) no Palácio da Aclamação, em Salvador, com um evento organizado pelas Voluntárias Sociais da Bahia. O evento foi aberto com a palestra Vida e obra de Frida Kahlo, ministrada pela artista plástica Maria Adair, ilustrada com 115 fotografias da pintora, desde a infância até sua fase adulta.

Para ela, Frida Kahlo é hoje o maior nome da América Latina no cenário da arte mundial, por sua obra autobiográfica. Em seguida, foi servido um coquetel preparado pelo chef Murillo Brocchini, inspirado nos pratos servidos nas festas realizadas pela artista e descritos no livro Frida Fiesta.

O evento contou com a presença do governador, Jaques Wagner, e da presidente das Voluntárias Sociais, Fátima Mendonça, que justificou a homenagem à artista mexicana como o primeiro passo para o Projeto Aclamação das Artes. “A gente vai eleger, duas vezes por semestre, um artista plástico que será homenageado e a renda toda será revertida para este palácio lindo, para que ele fique imponente e cada vez mais bem cuidado”, disse.

Magdalena Carmen Frida Kahlo y Calderón, filha de um fotógrafo judeu-alemão e de uma mestiça mexicana, nasceu em 6 de julho de 1907, na cidade de Coyocán, no México, e morreu em 13 de julho de 1954. Sua vida foi marcada por uma sucessão de enfermidades, acidentes e doenças que teve início com a poliomielite, adquirida em 1910, o que lhe rendeu o apelido de “Peg-Leg Frida”. Com a doença, ela começou a usar calças e longas saias exóticas, que vieram a se tornar uma de suas marcas registradas. Ao longo dos anos, a artista passou por 34 cirurgias, na coluna, nas pernas e no pé direito.

Frida freqüentou a Escola Nacional Preparatória do Distrito Federal do México entre 1922 e 1925, mas só começou a pintar aos 18 anos, após um grave acidente de carro, que a deixou com lesões permanentes. Em 1928, ela entrou para o Partido Comunista Mexicano e lá conheceu Diego Rivera, um dos maiores pintores mexicanos, com quem se casou no ano seguinte.

A pintora procurou afirmar a identidade nacional mexicana na arte, por isso, adotava temas do folclore e da arte popular do México. Alguns de seus primeiros trabalhos incluem o Auto-retrato em um vestido de veludo (1926), Retrato de Miguel N. Lira (1927), Retrato de Alicia Galant(1927) e Retrato de minha irmã Christina (1928).

Quatro anos após sua morte, sua casa familiar conhecida como ‘Casa Azul’ foi transformada no Museu Frida Kahlo. Em 2002, foi lançado o filme Frida, sob a direção de Julie Taymor, que conta a história da pintora, interpretada pela atriz Salma Hayek.

Frida Kahlo ficou conhecida pela coragem de retratar suas dores, a desintegração do próprio corpo, seus amores e a visão do mundo em auto-retratos, que apesar de produzirem choque no primeiro momento ao espectador, também causam empatia.