A partir de agora, a gestão do Hospital de Paulo Afonso será realizada pela prefeitura do município. Solenidade presidida pelo secretário da Saúde do Estado da Bahia, Jorge Solla, e pelo prefeito da cidade de Paulo Afonso, Raimundo Caires Rocha, marcou, sexta-feira (6), a passagem administrativa do hospital para a gestão municipal. Solla e Caires assinaram o Termo de Cessão de Uso daquela unidade, agora denominada Hospital Municipal de Paulo Afonso (HMPA).

O processo de municipalização do hospital começou, já no início da atual gestão do Governo do Estado, e vai permitir que o hospital amplie o atendimento à população da microrregião de Paulo Afonso, que abrange 11 municípios.

O evento aconteceu no pátio de entrada do HPA, sendo acompanhado pelos funcionários do hospital, agora contratados pelo município. O hino nacional foi entoado pela Banda Marcial da Polícia Militar.

Jorge Solla destacou que a descentralização dos serviços de saúde e o trabalho do Estado, em parceria com as prefeituras, são pontos defendidos pelo governador Jaques Wagner desde o início da gestão.

“O município de Paulo Afonso passa, agora, à maioridade, como contratante e gestor dos serviços do Sistema Único de Saúde, mas isso não significa que o Governo do Estado vai ausentar-se. Vamos contribuir para fortalecer o processo de gestão local, dando apoio técnico e financeiro, como cabe ao Estado”, referendou.

Com a municipalização, ainda segundo o secretário, Paulo Afonso, que recebe pacientes não só de outros municípios da região, mas de outros estados como Alagoas e Pernambuco, vai poder dimensionar melhor a prestação dos serviços de saúde e avançar na qualidade da assistência à população.

Os próximos passos nessa direção serão a estruturação da atenção em saúde mental, inclusive com atendimento especializado a dependentes químicos, e a implantação do Samu 192, o Serviço de Atendimento Médico de Urgência, importante equipamento de assistência pré-hospitalar. Um centro de atenção odontológica também está nos planos de expansão do HMPA.

O secretário municipal de Saúde, Celso Brito Miranda, creditou o sucesso do processo de municipalização à boa vontade e credibilidade do secretário Jorge Solla. Confiante nas vantagens da municipalização na gestão da saúde, Miranda disse que a empresa (SM Consultoria, que administrava o hospital por contrato de terceirização) cumpriu seu papel nos nove anos em que esteve à frente da unidade, “mas saúde é obrigação do Estado e do município. Com a municipalização, vamos receber recursos para média e alta complexidade e o HMPA vai deixar de ser um grande ambulatório, papel que é dos postos de saúde”.

Com o redimensionamento do papel do HMPA, Miranda acredita que será possível melhorar a atenção básica à população, por meio do fortalecimento do Programa de Saúde da Família (PSF). A intenção é criar mais três postos do PSF além dos 15 já existentes.

Para o prefeito Raimundo Caires, a mudança no regime de administração gera uma exigência maior do usuário da saúde pública, mas o desafio vai ser encarado e vencido. “Buscamos trabalhar, em consonância com o Governo do Estado, em prol do bem-estar social e da saúde pública”, afirmou.

Ampliação

A diretora médica do HMPA, Zuleide de Oliveira Nicácio, explica que o hospital terá, com a municipalização, ambulatório especializado nas áreas de cardiologia, ortopedia, otorrinolaringologia, neurologia, fisioterapia e odontólogo de plantão 12 horas por dia de segunda a sábado – hoje, o dentista só atende uma vez por semana.

“O médico de emergência só vai atender emergência e não terá mais que cumprir consultas clínicas, que serão direcionadas às unidades de atenção básica (PSF)”, afirma. O HMPA atende uma média de 200 emergências/dia e 60 consultas.

Durante a tarde, o secretário Jorge Solla aproveitou a ida a Paulo Afonso para se reunir com prefeitos e secretários municipais de Saúde da região na sede da 10ª Dires, que expuseram as dificuldades enfrentadas e as metas dos municípios na gestão da saúde.

Eles ouviram do secretário a proposta já em estudo adiantado da Fundação Estadual de Saúde, mecanismo que vai possibilitar a otimização dos recursos humanos para a saúde, área em que a Bahia ainda enfrenta grandes problemas. Entre as preocupações dos secretários, figuram a necessidade de expansão do PSF e implantação do SAMU 192, assuntos em que, afirma o secretário, podem contar com pleno apoio do Governo do Estado, através da Sesab.

Acompanhado do administrador da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf), Gilberto de Barros Pedrosa, Jorge Solla, percorreu as dependências do Hospital Nair Alves de Souza, também conhecido como Hospital da Chesf, que está em obras de ampliação e deverá passar a ser gerido pelo estado, em breve.

A ampliação, na qual já foram investidos mais de R$ 1 milhão, permitirá aumento da capacidade de atendimento em quase o dobro – dos 105 leitos hoje existentes, o hospital poderá contar com até 180 leitos. O hospital atende, hoje, 300 pacientes/dia, em média, de mais de 20 municípios, nas mais diversas áreas.