O acarajé e o azeite de dendê, conhecidos internacionalmente como marcas da cultura baiana, são heranças dos negros de Benin escravizados e trazidos para o Brasil Colônia. É para reconhecer e reforçar a identidade entre a Bahia e o país africano que o seu presidente, Boni Yayi, está em Salvador hoje (17) e amanhã.

Hoje, foram firmados protocolos de intenções para a promoção do desenvolvimento econômico e comercial, de intercâmbios culturais, escolares e universitários e para ações nas áreas social e de gestão pública, além de parcerias com empresas.

Os documentos assinados hoje prevêem a cooperação econômica, social, cultural e religiosa entre os governos do Benin e da Bahia e a prefeitura de Salvador e devem incrementar a corrente de comércio, que no primeiro semestre deste ano movimentou US$ 323 mil. O destaque é a exportação de fios de máquina de ferro-aço para utilização na indústria metalúrgica do país africano.

“Aqui se encontram nossos irmãos, irmãs e mães. Espero nesse acordo que esses laços sejam unificados e tornados mais fortes. Estou me sentindo em casa”, declarou Yayi. Na ocasião, foi firmado também um protocolo de intenções para tornar a cidade beninense de Ovidah irmã gêmea de Salvador.

Laços fortes

“Quero dizer da importância desses convênios de cooperação com essa gente a quem nós devemos muito pela construção da Bahia e do Brasil. São laços fortes de identidade na culinária, na cultura e na religiosidade”, afirmou o governador Jaques Wagner.

Para ele, não é possível falar de relações entre dois países sem citar o comércio. “O presidente Lula já esteve no Benin e espero que, com a vinda do presidente Boni Yayi a Salvador, os empresários brasileiros e beninenses trabalhem para aumentar essa parceria”, declarou o governador.

Wagner lembrou que Salvador sedia a Casa do Benin e que no país africano existe uma Casa do Brasil. “A postura do presidente Lula é clara para se ampliar os laços com os países africanos, e nós vamos acompanhar, porque a Bahia é o estado mais negro do Brasil”, destacou.