Mais de 20 vítimas da quadrilha liderada por Alexandre Márcio Guedes Ribeiro, o “Toupeira”, especializada na prática de assaltos na modalidade “saidinha bancária”, já compareceram ao Departamento de Crimes Contra o Patrimônio (DCCP) da Polícia Civil, na Piedade, para fazer o reconhecimento do assaltante e de seu comparsa José Cláudio Vasconcelos Monte, o “Adriano”. Envolvidos em mais de 50 ocorrências de “saidinhas bancárias”, eles foram presos na quarta-feira passada (5) por uma equipe do COE (Centro de Operações Especiais) minutos depois de terem praticado um assalto nas imediações de Itapuã.
Além de reconhecerem Alexandre e José Cláudio como integrantes da quadrilha de cinco homens que há seis meses vinha assaltando clientes de bancos após a realização de saques, muitas pessoas têm procurado a Polícia para reaver seus pertences, aparelhos celulares, em sua maioria. Os outros três comparsas, dentre eles uma mulher, já foram identificados e continuam sendo procurados.
Uma mulher, de cerca de 45 anos de idade, que compareceu ao DCCP, mediante apresentação de documentos, comprovou que os R$8 mil apreendidos com Alexandre e José Cláudio lhe pertenciam. A vítima havia feito o saque na quarta-feira passada numa agência bancária em Lauro de Freitas, sendo seguida pelos bandidos até a Pituba onde foi praticado o assalto. A maioria dos ataques da quadrilha aconteceu naquele bairro.

Casa de luxo

José Cláudio Vasconcelos Monte, que declarou ser proprietário de uma frota de táxi, autorizou por escrito os policiais do DCCP a entrarem em sua residência, em Lauro de Freitas. Ocupando uma área de quase um quarteirão, o imóvel tem um muro de quatro metros de altura, cerca elétrica e circuito fechado de televisão. Todo o espaço interno é climatizado e equipado com vários televisores de “plasma”. Ali os policiais localizaram 15 celulares, seis capacetes e 40 pneus que, segundo José Cláudio, seriam utilizados em sua frota de táxi, registrada em nome de terceiros.
Alexandre e José Cláudio já tinham prisões temporárias decretadas pela juíza Maria Auxiliadora Tommasi Costa, da 7ª Vara Crime. O líder do bando esteve preso inúmeras vezes por prática de assaltos a banco e seqüestros e, numa dessas capturas a Polícia apreendeu com ele um fuzil AR-15. Sua ficha criminal é extensa, com prisões por assaltos e formação de quadrilha, dentre outros delitos.
Nas “saidinhas bancárias” – uma média de cinco praticadas semanalmente – a quadrilha mantinha uma comparsa dentro da agência com a função de repassar informações sobre a provável vítima para os outros integrantes que aguardavam em frente ao estabelecimento. O correntista era seguido de carro e de motocicleta geralmente até o bairro da Pituba, local da maioria dos ataques.