A vida e a trajetória política do feirense Francisco Pinto, ou simplesmente Chico Pinto, como ficou conhecido em todo o país, serão temas de seminário na Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), quarta (19) e quinta-feira (20). Organizado pelo Laboratório de História e Memória da Esquerda e das Lutas Sociais (Labelu), o seminário Chico Pinto – Democracia e Ditadura em Feira de Santana e no Brasil é visto como um momento de estudo e reflexão histórica sobre Feira de Santana, a Bahia e o Brasil nos tempos da ditadura (1964-1985).
Está prevista, durante o seminário, a exibição do filme Pinto vem aí, do cineasta feirense Olney São Paulo. As atividades serão desenvolvidas no Anfiteatro José Coutinho Estrella, no módulo II do campus da Uefs, com atividades pela manhã (a partir das 9 horas) e à tarde (a partir das 14 horas). A exibição do filme está prevista para a noite de quarta-feira (19).
O evento, aberto ao público, é definido pelos organizadores como “reconhecimento a um dos mais expressivos nomes da resistência a práticas do regime militar, período da história do Brasil caracterizado pela falta de democracia, supressão de direitos constitucionais, censura, perseguição política e repressão”.
“Será um ato pela memória, porque não se pode esquecer que só a luta constrói a democracia. Esta lição Chico Pinto nunca parou de ensinar”, salienta Eurelino Coelho, professor da Uefs e coordenador do Labelu, laboratório de estudos e pesquisas vinculados ao Departamento de Ciências Humanas e Filosofia da Uefs.
Para os organizadores, o exame da trajetória política de Chico Pinto e de suas experiências como prefeito e parlamentar abre um leque privilegiado de questões para a compreensão daquele período histórico. Dentre os palestrantes, encontram-se estudiosos da história política da Feira de Santana e do país, além de pesquisadores como a professora Suane Vasconcelos, que defendeu dissertação de mestrado sobre o discurso de Pinto.
Também participarão personalidades políticas de Feira e da Bahia dos anos 1960 e 1970 e representantes do grupo Autênticos do MDB. O grupo é fruto de articulação, no parlamento nacional, de políticos de oposição provenientes de diversos estados que se destacaram, nos anos 70, no combate à ditadura militar. Chico Pinto foi um dos líderes do grupo que incluía também os deputados Alencar Furtado (PR), Fernando Lyra (PE) e Marcondes Gadelha (PB), entre outros.