Associar crescimento econômico com justiça social. Foi o compromisso que o governador Jaques Wagner assumiu ao ser empossado hoje (1º) em solenidade na Assembléia Legislativa da Bahia. O ato, que teve início às 9h, contou com a presença dos ministros Waldir Pires (Defesa), representando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e Jorge Hage (Controladoria Geral da União). Wagner destacou que o principal objetivo do seu governo é promover a igualdade de oportunidades para todos, através da promoção da educação, saúde e trabalho.

“É preciso integrar a Bahia com a própria Bahia, com a sua parcela esquecida e abandonada. Hoje a riqueza do nosso estado se concentra em poucos municípios, enquanto regiões inteiras vivem à margem do desenvolvimento. Agora, com a força do Governo do Estado, em sintonia com o Governo Federal, vamos lutar para reverter esse quadro”, afirmou o governador no discurso de posse.

Wagner ressaltou o fato de estar tomando posse na presença de três ex-governadores: Antonio Lomanto Júnior, Waldir Pires e João Durval Carneiro. No discurso em que resumiu as ações que tornarão possível a retomada do crescimento da Bahia, ele enfatizou a importância de investimentos em infra-estrutura “para destravar o desenvolvimento e ativar cadeias produtivas em cada município”.

O governador falou sobre a atração de empreendimentos para o estado com a intenção de gerar emprego e renda, através do desenvolvimento de pólos regionais. Para o semi-árido, ele reserva um projeto que assegure água para consumo e irrigação.

A promoção da igualdade social, que deu o tom do discurso, será conseguida, de acordo com o governador, com a oferta de um sistema público de saúde eficiente, com a conquista do desenvolvimento sustentável, estimulado através de pequenos e médios empreendimentos, e através da educação, garantida com escolas públicas de qualidade. E prometeu também travar um combate para diminuir o índice de analfabetismo do estado.

Jaques Wagner mostrou inquietude diante dos paradoxos existentes na realidade baiana. Ele questionou o fato de o estado detentor da maior economia do Nordeste estar em vigésimo lugar no ranking de desenvolvimento social. Falou ainda do paradoxo de ser o sexto estado mais rico e também um dos que têm o povo mais pobre.

“Nos próximos quatro anos, a Bahia vai ter um governador que vai trabalhar cada minuto para fazer o estado produzir e crescer, mas vamos acrescentar ao crescimento uma missão: promover a igualdade”, afirmou.

Emocionado, Wagner homenageou a esposa Fátima, a mãe e os filhos. Ele relembrou os tempos de militância, saudou os amigos e o vice-governador, Edmundo Pereira. “Foi longa a caminhada, mas nós vencemos. No coração de todos nós hoje também é Dois de Julho. Mostramos mais uma vez, como fizemos na nossa independência que a Bahia é de todos nós”, disse.

Wagner fez um agradecimento especial ao povo baiano por tê-lo acolhido há 32 anos. “Agradeço a esse povo maravilhoso que como os negros dançavam para enganar os feitores, dançou capoeira diante dos institutos de pesquisa para mostrar a sua vontade. Tenho quatro anos para demonstrar a minha gratidão”, afirmou.

Cerimônia

A sessão foi iniciada após o governador ser conduzido por uma comissão formada pelos deputados estaduais Lídice da Mata, Arthur Maia, Yulo Oiticica, Javier Alfaya, Walmir Assunção, Roberto Carlos, Marcelo Nilo, Sargento Isidoro e Luciano Simões ao plenário da Assembléia Legislativa. Houve a execução do Hino Nacional e em seguida ele fez a leitura do juramento, prometendo manter, defender e cumprir as constituições federal e estadual, observar as leis, promover o bem geral do povo baiano e sustentar a integridade da Bahia. Esse termo de posse também foi lido para o vice-governador Edmundo Pereira.

 Em seguida, o primeiro-secretário da AL, Vespasiano Santos, leu a declaração de bens do governador e do vice para a platéia, que contou com a presença de todos os secretários de Estado, do presidente do Tribunal de Justiça da Bahia, desembargador Benito Figueiredo, além de deputados estaduais e federais e representantes de diferentes segmentos da sociedade.

O ministro Waldir Pires relembrou que há 20 anos atrás era ele quem tomava posse como governador da Bahia. “A alternância de poder é uma mostra do respeito aos procedimentos democráticos de construção de uma sociedade mais justa. Hoje a Bahia amanhece mais forte para um novo tempo”, disse. “Essa alternância faz bem para todos, inclusive para aqueles que estiveram sempre no poder para que possam exercer seu papel de fiscalizador”, reiterou o ministro da Controladoria Geral da União, Jorge Hage.

A solenidade foi encerrada após o discurso do governador. Do plenário ele seguiu para a área externa da Assembléia onde passou em revista uma tropa da Polícia Militar, sob o olhar de centenas de baianos vindos de municípios distantes como Ichú, Lapão, e Crisópolis.

Conduzida por Clóvis Ferraz, a sessão solene teve a mesa dos trabalhos composta pelo senador eleito, João Durval Carneiro, o cardeal de Salvador, dom Geraldo Majela, o prefeito de Salvador João Henrique Carneiro e os deputados Vespasiano Santos e Eliel Santana, primeiro e segundo-secretários da AL, respectivamente.