Pelo menos 50 presidentes e altos executivos de grupos empresariais portugueses estão sendo aguardados para palestras e audiências com o governador Jaques Wagner até o final da semana, em Lisboa. Wagner embarcou hoje (23) para a capital portuguesa, onde deve permanecer por três dias, buscando captar novos empreendimentos turísticos para a Bahia. Convidado pelo governo português, ele participa da Bolsa de Turismo de Lisboa, uma das principais feiras do setor da Europa, ficando atrás apenas da Bolsa de Madri, na Espanha.

O vice-governador, Edmundo Pereira, assume o governo do estado. “A expectativa é a mesma que tivemos em relação a Barcelona. Acredito que voltaremos de lá com novos grupos interessados investir na Bahia, o que garante geração de emprego, renda e riqueza”, disse Wagner, lembrando a viagem que fez à Espanha, antes mesmo de tomar posse em 1º de janeiro. Agora, em Portugal, ele vai novamente mostrar os potenciais do estado e a nova política do governo para estimular ainda mais o crescimento do turismo.

A agenda de Wagner em Portugal está lotada. Amanhã, ele se encontra com o ministro do Turismo, Walfrido Mares Guia, para uma reunião com o presidente da companhia aérea TAP, Fernando Pinto. Eles vão tratar da ampliação de vôos da Europa direto para a Bahia e outros estados do Nordeste.

Na quinta-feira (25), o governador baiano participa do Encontro de Ministros do Turismo de Países de Língua Portuguesa, no Centro de Convenções da Feira Internacional de Lisboa. Na agenda, audiências com presidentes e diretores de alguns dos principais grupos empresariais portugueses: Pestana, Espírito Santo, Vila Galé, Lena/Liz Construções, Cordex/Cordebrás, Reta Atlântico, Consórcio Iberostar e Santander e Imocom. Alguns, como Pestana, Reta Atlântico e Iberostar, já mantêm empreendimentos no estado.

A programação de Wagner na Bolsa de Turismo de Lisboa ainda inclui uma palestra para empresários de grupos portugueses, potenciais investidores no estado. Wagner foi acompanhado pelo secretário de Turismo, Domingos Leonelli, e pela presidente da Bahiatursa, Emília Silva.

Além da agenda do governador com representantes de grupos empresariais, a Bahia também estará sendo divulgada pela Bahiatursa no salão instalado pela Embratur tanto na Bolsa de Lisboa, que se estende até domingo (28), quanto na Feira Internacional de Turismo de Madri (Fitur), a ser realizada de 31 de janeiro a 4 de fevereiro.   

PAC

“Não tenho dúvidas de que se o Brasil crescer a 5%, conforme o governo federal espera com a implantação do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), vamos chegar a 7% ou 7,5%”, declarou Wagner, ao anunciar o que, segundo ele, é a primeira grande notícia positiva do PAC para a Bahia. Wagner falou sobre o assunto ao ser abordado por jornalistas, antes de embarcar para Lisboa.

O governador baiano explicou o otimismo. “Na medida em que o governo federal abre o primeiro ano do segundo mandato do presidente Lula, trazendo um programa de aceleração do crescimento, é claro que para a Bahia os investimentos serão mais bem-direcionados, até porque o Nordeste todo foi brindado como a região do país com maior volume de investimentos previstos”, destacou Wagner.

Para o governador baiano, as próprias condições do programa apresentadas pelos ministros Guido Mantega (Fazenda) e Dilma Roussef (Casa Civil) mostram que há uma consistência fiscal absoluta. “Os próprios analistas de mercado estão apontando uma situação para 2010 altamente confortável do ponto de vista macroeconômico”.

Wagner acredita que se a economia do país caminhar bem, a Bahia, que já conta com um parque industrial bem instalado, além de belezas que atraem investimentos na área de turismo, tem todas as condições para superar a média nacional. Ele destacou ainda os investimentos diretos, como os recursos assegurados no PPI para obras de infra-estrutura, como o metrô de Salvador, a ferrovia de Camaçari até o Porto de Aratu, a hidrovia do Rio São Francisco, duplicação da BR-101, além das obras previstas nas BRs 116 e 324 já preparadas para uma Parceria Público-privada (PPP).

Sobre a alegação de alguns estados de que haverá queda de arrecadação com o PAC, Wagner deixou claro que não concorda com o argumento de que as renúncias fiscais que foram feitas diminuem o bolo arrecadado tendo efeito na diminuição do Fundo de Participação dos Estados (FPE). “Eu não concordo com esse raciocínio, pois creio que a sociedade brasileira toda tem clamado por redução da carga tributária. O bolo na verdade vai é crescer, ao invés de diminuir, como se alega, equivocadamente”, disse.

Visita de Lula

Wagner falou também da primeira visita do presidente Luís Inácio Lula da Silva à Bahia, desde que ele assumiu o governo do estado. Lula participa, dia 9 de fevereiro, da inauguração da fábrica da Nestlé, em Feira de Santana. “Além disso, creio que com a presença do presidente na Bahia, a Petrobras também vai anunciar boas notícias da Bahia”, antecipou, lembrando que até lá a estatal já estará bombeando gás do campo de Manati. Ainda destacando o desenvolvimento econômico do estado, ele lembrou que, no dia 2, haverá inauguração da Firestone, em Camaçari.

Para a próxima reunião de Lula com os governadores, prevista para 6 de março, Wagner espera buscar “mais folga fiscal” para fazer novos investimentos. Ele destacou a economia obtida para o Estado com a redução, de 20% para 10%, da participação em dinheiro do Estado nas ações do programa Luz para Todos. “Serão mais de 100 milhões economizados”, comemorou.

Metrô

Sobre os questionamentos técnicos feitos pelo Tribunal de Contas da União às obras do metrô de Salvador, Wagner reafirmou o compromisso do Governo do Estado, que já assegurou os recursos para as obras ao incluir o projeto no Projeto Piloto de Investimentos (PPI). “Creio que a Prefeitura agora, seguramente, conseguirá superar eventuais questionamentos do TCU, esclarecendo questões técnicas, mas tocando a obra”, disse.

Wagner lembrou que o Tribunal, anteriormente, entendia que deveria ter sido feito o preço da obra por intervenção, enquanto a licitação foi feita sob preço global, uma questão técnica que, logo depois, foi sanada. “O importante é que a obra caminhe, já que da parte dos governos estadual e federal foi garantido o orçamento”, disse o governador, completando: “Agora é superar qualquer dificuldade e fazer a obra, mas sempre ciente de que nada será feito fora do que prevê a lei”.