“É uma grande ousadia dos baianos, duas semanas após a Couromoda (São Paulo), fazer o lançamento da coleção outono-inverno aqui na Bahiacal, mas uma ousadia saudável, baseada na competência e na pujança do setor, alicerçada também na força e na qualidade de nossa indústria calçadista”, disse o secretário da Indústria, Comércio e Mineração, Rafael Amoedo, durante a abertura da quarta edição da Feira de Negócios de Calçados, hoje (25), no Centro de Convenções da Bahia. Promovido pela Associação Baiana das Empresas de Representação de Calçados e Afins (Aberc), o evento vai até amanhã.

O secretário do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte, Nilton Vasconcelos, destacou a importância do evento pelo estímulo que representa para a cadeia produtiva local, não apenas no segmento das representações (comércio e serviços), responsável pela geração de aproximadamente 2.500 postos de trabalho, como na indústria calçadista. Para ele, a Bahiacal contribui também para qualificar a mão-de-obra e para a fixação dos empreendimentos produtivos no Estado.

Rafael Amoedo falou dos contatos realizados por ele durante a Couromoda que apontam para a possibilidade de atração de novos investimentos calçadistas para a Bahia. Em sua opinião, a realização da Bahiacal demonstra a confiança dos representantes e lojistas baianos no bom desempenho do mercado consumidor neste início de ano, o que é uma sinalização positiva para a economia.

De acordo com o presidente da Aberc, Tony Ramos Assunção, a feira deve gerar negócios entre R$ 40 milhões e R$ 50 milhões, um crescimento de 25% sobre o movimento da última edição, em 2006. São esperados 2,5 mil visitantes nos 86 estandes montados nos 7 mil metros quadrados do segundo piso do Centro de Convenções (4.100 metros quadrados de área ocupada). A feira reúne cerca de 400 marcas de calçados, bolsas, cintos, malas e materiais esportivos fabricados no Brasil. O público da Bahiacal é formado por lojistas da Bahia, Sergipe, Alagoas, Tocantins e Espírito Santo.

Professor e pesquisador na área de cadeias produtivas, Roberto Sacramento diz que 10% das marcas expostas são produzidas por empresas de calçados instaladas na Bahia. Em sua 4ª edição, a feira é considerada uma das maiores do estado e, segundo Sacramento, além do foco nos negócios, funciona como um evento importante de integração da cadeia produtiva, aproximando mais o segmento local de outros pólos calçadistas do País, como o de São Paulo, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Santa Catarina.