O impacto positivo de um novo equipamento em um local que estava extremamente degradado deverá se estender a outras áreas, valorizando e melhorando ainda mais a região do Comércio. A observação foi do governador Jaques Wagner, em visita, sábado (27), ao antigo Mercado do Ouro, para conhecer o “Museu du Ritmo”, projeto do cantor e compositor Carlinhos Brown.

“Eu fico muito emocionado em ver que pessoas como Carlinhos Brown pensam na arte não só para ele, mas na arte como resgate da cultura do povo baiano, como possibilidade de interação da população. Ele me comunicou que estava fazendo esse trabalho e aquilo que estiver ao alcance do Governo do Estado para incentivar e ajudar, nós iremos fazer”, declarou o governador.

Carlinhos Brown destacou que o “Museu du Ritmo” promete ser um dos grandes pontos turísticos de Salvador, além de centro cultural e agente de transformação social. O músico preferiu não falar sobre investimentos – que estão sendo feitos com recursos próprios – e garantiu que os valores cobrados no espaço cultural serão reduzidos.

“Toda ação começa das necessidades. Nós não temos aqui casa para espetáculos, não temos onde guardar nossa memória. Mas meu sonho era fazer um projeto social que fosse realmente sustentável, não ficasse na mendicância, na esmola. Essa coisa de voluntarismo em ações sociais não existe. Precisa-se é de profissionais, de pessoas competentes, e profissionais têm que ser pagos. Só há desenvolvimento com profissionalismo”, declarou Brown. “É importante também que tudo seja feito com muito amor. Em tudo que a gente põe amor, vem com muita força e realização”, completou.

O governador estava acompanhado da primeira-dama, Fátima Mendonça, do secretário-executivo do Ministério da Cultura, Juca Ferreira e dos secretários estaduais da Cultura, Márcio Meirelles, da Infra-estrutura, Antônio Carlos Batista Neves, e da Promoção da Igualdade, Luiz Alberto.

Diversidade e integração

Com inauguração marcada para sexta-feira (2), o “Museu du Ritmo” integrará diversos ambientes e atividades culturais, como museu, galeria de arte, escola de inclusão digital e espaço para shows, com preços bastante acessíveis para a população. Entre os objetos decorativos estarão a Caetanave, homenagem do Trio Elétrico Tapajós a Caetano Veloso, e uma estatueta em homenagem ao frevo, ritmo que este ano completa um século de existência. A galeria de arte reunirá obras da coleção particular de Brown.

No Carnaval o espaço abrigará o Baile do Bloco Parado, com shows de Daniela Mercury, Margareth Menezes, Timbalada, Pitty e o próprio Brown. No sábado acontecerá uma matiné para crianças, com tio Paulinho, Eliana e Cláudia Leitte. “Aqui vai funcionar também como um espaço definitivo do Carnaval, voltado para todas as pessoas”, afirmou o músico. A inauguração será aberta ao público, com show de Carlinhos Brown.

Construído em 1879, pela Companhia Edificadora do Pilar, o prédio do Mercado do Ouro foi arrematado em 1910 pelo comerciante Francisco Amado da Silva Bahia, que deu continuidade aos fins comerciais do local: mercado, celeiro, açougue, entre outros. A edificação chegou à época áurea no início do século XX e teve sua decadência na década de 70, juntamente com o Comércio. Localizado numa área tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), o Mercado do Ouro faz parte do Projeto de Revitalização do Comércio, uma iniciativa da prefeitura municipal em parceria com o Governo do Estado.