O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Luís Carlos Guedes Pinto, assinou hoje (02) portaria que cria um Grupo de Trabalho para identificar alternativas para o agronegócio no Sul da Bahia. O grupo será composto por representantes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), do Governo da Bahia, de instituições de pesquisa, universidades, associações de produtores, bancos e iniciativa privada, entre outros.

O texto com a composição e regras do GT deverá ser publicado no Diário Oficial da União, na próxima segunda-feira. “A idéia é explorar outras culturas na região, além do cacau”, afirmou Guedes, durante reunião com o secretário de Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária da Bahia, Geraldo Simões. “Juntos, temos mais condições de encontrar saídas definitivas para uma crise que se arrasta há 20 anos, provocando redução de produção e renda”, disse Simões, acrescentando que é preciso identificar ações que levem à retomada da economia.

Segundo o Governo da Bahia, o Sul do estado apresenta potencial para exploração de outros produtos, como dendê, cupuaçu, mamão, maracujá e pupunha, embora o cacau continue sendo um dos pilares da economia estadual. O ministro solicitou que o GT apresente um plano de ação o mais rápido possível.

A região sofre queda de produção e renda desde o surgimento da “vassoura-de-bruxa”, doença que derrubou a produção baiana de cacau de 397,3 mil toneladas, em 1989, para 143,3 mil toneladas no ano safra 2005/06 e desempregou 250 mil pessoas, de acordo com o governo da Bahia. Aliado a esse problema, o decréscimo registrado nas cotações internacionais do cacau, a partir de 1983, a elevação dos custos em igual período e um longo período de estiagem vieram a acentuar a crise financeira e social na região, que não foi totalmente solucionada nem mesmo com o Programa de Recuperação Lavoura Cacaueira Baiana.

Guedes ressaltou que o governo federal pode auxiliar a região por meio de centros de pesquisa, como a Embrapa, da liberação de novos financiamentos, em discussão com o Ministério da Fazenda, e de obras de infra-estrutura já revistas no Plano de Aceleração do Crescimento (PAC).  

Defesa

Durante audiência com o ministro, o diretor-geral da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), Altair Santana de Oliveira, solicitou a liberação de R$ 5,6 milhões para a campanha de combate à febre aftosa no Estado, que começa em março próximo. “Esses recursos são imprescindíveis para que a Bahia mantenha o status de zona livre da doença, com vacinação”, disse Oliveira.

Guedes declarou que a defesa sanitária é uma prioridade do governo e que os recursos devem ser liberados tão logo o Orçamento Geral da União seja sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O ministro disse não acreditar em contingenciamento nesta área e destacou que a meta é tornar o país inteiro livre de aftosa para entrar em mercados de maior potencial, como o Japão. Ele lembrou que o Brasil já é o maior exportador mundial, vendendo para 144 países. Também acompanhou o secretário Geraldo Simões na viagem à Brasília, o diretor-geral da Seagri, Itazil Benício dos Santos.