Até agosto deste ano a fábrica da Rede Baiana de Produção de Medicamentos (Bahiafarma) deverá ser concluída. A Bahiafarma começou a ser construída em Vitória da Conquista, sábado passado (3), na presença do governador Jaques Wagner. No mesmo dia, o governador também inspecionou o trecho de dois quilômetros da BA-263, na Serra do Marçal, que começa a ser reconstruído nesta quinta-feira (8).

A fábrica da Bahiafarma funcionará no Distrito Industrial de Vitória da Conquista e entra em operação em 18 meses. No projeto total serão investidos R$ 18 milhões. Na unidade, serão produzidos, em média, 15,8 milhões de comprimidos por mês para atender principalmente aos habitantes do sudoeste, oeste, sul e extremo sul do estado.

A infra-estrutura da fábrica foi realizada numa parceria da prefeitura com o Ministério da Saúde, e os equipamentos e a coordenação vão ficar com o Governo do Estado. 

Inicialmente, serão produzidos medicamentos básicos para garantir o atendimento da rede de saúde, como Captopril e Hidroclorotiazida (tratamento de hipertensão), Metformina (para pacientes com diabetes), Sinvastanina (controle do colesterol), o antitérmico Paracetamol, Mebendazol (tratamento de parasitoses) e o antiinflamatório AAS.

Também presente em Vitória da Conquista, o secretário da Saúde, Jorge Solla, disse que na atualidade a Bahia era o único entre os grandes estados do país que não produzia medicamentos. “Tínhamos uma fábrica em Aratu, mas ela foi desativada em 1998”, explicou.

Serra do Marçal

As fortes chuvas que caíram sobre a região de Vitória da Conquista nos três últimos meses do ano passado agravaram a situação de um trecho da BA-263, na Serra do Marçal, que apresenta problemas há 14 anos. Com isso, ficou prejudicado o acesso dos turistas do Centro-oeste do país a Ilhéus e às praias do litoral sul da Bahia, além dos produtores de soja da região.

“Quando chegamos ao governo, sabíamos das condições da estrada da Serra do Marçal e preparamos um plano de reconstrução. Há 14 anos, esse trecho necessita de intervenção. Agora vamos fazer um trabalho definitivo. Vai haver  transtorno, mas é preciso que realizemos essa obra que vai beneficiar a população da região”, afirmou Wagner.

Inicialmente, o Governo do Estado vai realizar a restauração de dois quilômetros da rodovia – a obra definitiva da Serra do Marçal implica na intervenção de seis quilômetros, que estão incluídos no Programa de Restauração e Manutenção das Rodovias (Premar). Os serviços terão duração de seis meses e investimento de R$ 5 milhões.

“As péssimas condições da estrada encarecem o frete. Esse valor a mais quem paga é o produtor. Portanto, essa reforma significa menos perda para nós”, disse o produtor de soja de São Desidério e Barreiras, Walter Horita. Para transportar toda a sua produção de soja, milho e algodão ele necessita de 5.185 carretas.

Calcula-se que os agricultores perdem 4% da sua produção anual no transporte – a causa principal é a movimentação da carga em estradas esburacadas. “A recuperação desse trecho vai trazer um impacto positivo no escoamento da produção, diminuindo os custos do frete. Todo investimento em logística contribui para melhorar os preços dos produtos e beneficia a economia”, afirmou o presidente da Associação de  Produtores Irrigantes do Oeste da Bahia, Humberto Santa Cruz.

Para o motorista Ademir Pereira, que percorre diariamente a estrada, a restauração vai significar menos tempo de viagem e menos problemas com o caminhão. “Sempre tenho que trocar as molas, a suspensão e os pneus. É um prejuízo atrás do outro. Além disso, temos que passar com pouca velocidade e um caminhão por vez, facilitando a ação dos ladrões”, declarou.

O péssimo estado da rodovia fez com que o Ministério Público solicitasse a intervenção da Serra do Marçal. No ultimo dia 31, o juiz da comarca de Vitória da Conquista determinou que fosse proibido o tráfego de veículos de todos os tipos na área. A liminar foi expedida concomitantemente com a decisão do governo de fazer interferências na pista.

“Assim que assumimos, pensávamos que 85% das estradas estavam sem condições de tráfego, mas agora percebemos que este número chega a 90%”, ressaltou o secretário de Infra-estrutura, Antônio Carlos Batista Neves.

O Governo do Estado, disse, via Derba, esclareceu ao Ministério Público que as medidas de segurança e de recuperação da pista estavam em andamento e conseguiu liberar a estrada já no dia seguinte. O Derba pediu um prazo de 10 dias para realizar a interdição da pista, fazer a devida sinalização, divulgar as opções de trajeto aos usuários e, principalmente, realizar melhorias nos trechos alternativos. Pelo caráter emergencial da obra, o Estado está promovendo uma dispensa de licitação para a contratação da empresa que fará o serviço.

Os usuários da BA-263 terão opções de trajeto para chegar a Ilhéus, quando o trecho da Serra do Marçal estiver em obra. Os veículos pesados devem desviar para a BR-116 e seguir para Jequié, e de lá para Urucuça e Ilhéus.

Os veículos leves têm outras opções. Uma é sair de Vitória da Conquista em direção a Poções, seguindo para Nova Canaã, passando por Iguaí, Ibicuí, Ponto do Astério, com destino a Itabuna ou Uruçuca para chegar a Ilhéus.

Há outra alternativa para automóveis de passeio. O motorista deve utilizar a BR-415 em direção a Barra do Choça, trafegando numa estrada vicinal para chegar a Caatiba, de onde retorna à BA-263, na altura de Itapetinga. De Itapetinga segue para Firmino Alves, Ibicaraí e Itabuna.

O motorista que optar fazer o desvio pelo município de Encruzilhada vai percorrer 107 quilômetros a mais, até chegar em Ilhéus. Para fazer esse caminho, ele deve desviar para Veredinha, seguindo para Inhobim, Encruzilhada, Ribeirão do Largo, por onde tem acesso a Itambé. Desse ponto ele segue por Itapetinga com destino a Ibicaraí, para em seguida chegar a Itabuna e Ilhéus.