A Secretaria da Cultura da Bahia vai descentralizar as políticas e ações culturais para o interior. A equipe da Superintendência de Cultura visitou, no mês passado, 13 municípios de seis regiões, reunindo-se com prefeitos, secretários municipais, artistas, produtores, empresários e representantes de associações de classe, além de lideranças das universidades.

A meta da secretaria é percorrer todas as regiões do Estado até o final de março e sensibilizar toda a Bahia para a gestão participativa da cultura. O primeiro desafio é a construção do Sistema Estadual de Cultura, que começará a ser discutido nos fóruns regionais, nos meses de março, abril e maio, culminando com a realização da II Conferência Estadual de Cultura, no início de junho.

“Infelizmente mais de 80% dos recursos do Estado para a cultura estavam concentrados na capital. Isso vai mudar. Vamos descentralizar as políticas e ações para dar atenção ao interior, trabalhando em rede com os centros de cultura, municípios e organizações da sociedade”, afirmou o Secretário da Cultura da Bahia, Márcio Meirelles.

Em sua opinião, “a Bahia não pode ser apenas a cara do Recôncavo. A cara da Bahia tem que ser a do Estado inteiro, do Recôncavo, do Oeste, do São Francisco, do Sertão, do Sul, da Chapada e de todas as outras regiões”.

Nos primeiros encontros com os municípios, a superintendente de Cultura, Ângela Andrade, revelou “surpresa com a qualidade dos debates e maturidades das propostas” apresentadas por representantes dos diversos grupos sociais. “A discussão que estamos tendo nos municípios se estabeleceu no patamar de construção de políticas públicas para a cultura e não de demandas específicas”, disse.

No caso específico das prefeituras, a superintendente informa que a secretaria está se articulando com as associações. Até o momento, já foram realizados encontros e debates com a Associação dos Municípios do Baixo Sul (Amubs), que reúne 11 municípios, Associação dos Municípios do Sul, Extremo Sul e Sudoeste da Bahia (Amurc), com 59 municípios, e a Associação dos Municípios da Micro Região do Sudoeste (Amirs), com 27 municípios.

Desenvolvimento

Para realizar suas ações no interior, a Secretaria da Cultura não está atuando somente com as organizações municipais, mas com todas as secretarias estaduais e também com o Ministério da Cultura. “Temos que somar esforços para, através da cultura, contribuir para o desenvolvimento do estado”, disse o secretário.

Ele explica que a secretaria pretende não só ampliar a produção e o acesso democrático de todos aos bens culturais, mas também “agregar valor cultural aos produtos baianos para a geração de riquezas e potencializar a participação da cultura na promoção da ecocidadania”.

Vale destacar dois projetos que a Secretaria da Cultura já está participando no interior: o Projeto de Desenvolvimento Comunitário das Áreas Mais Carentes do Estado da Bahia (Prodecar), coordenado pela Secretaria de Desenvolvimento Regional e com a participação de todas as secretarias estaduais. O objetivo é a geração de emprego e renda e melhoria da qualidade de vida da população da zona rural dos 32 municípios da Bahia (26 da região Nordeste e seis da Sudoeste) com menores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH).

Também já está em andamento o desenvolvimento do plano integrado para desenvolvimento da região do Baixo Sul, em articulação com diversas secretarias de Estado, com a Associação dos Municípios do Baixo Sul e empresários da região.

Os municípios baianos visitados pela Secretaria da Cultura da Bahia em janeiro foram: Valença, Camamu, Ituberá, Cairú, Alagoinhas, Vitória da Conquista, Jequié, Feira de Santana, Porto Seguro, Itabuna, Ilhéus, Santo Amaro e Santo Antonio de Jesus.