O Hospital Roberto Santos (HRS), o maior da rede pública da Bahia, tem um novo diretor. O médico gastroenterologista e ultrassonografista Roberval Gonzales de Miranda foi empossado hoje (12), pelo governador Jaques Wagner e pelo secretário da Saúde, Jorge Solla. A HRS possui 640 leitos, 49 de UTI e 72 de emergência, e realiza mensalmente 120 mil procedimentos ambulatoriais e 1,3 mil internamentos.

Na solenidade, Wagner solicitou ao corpo funcional do hospital a participação na construção de uma saúde melhor e mais humana para os baianos.  “Saúde e educação são as duas dívidas sociais maiores que a Bahia tem com a nossa gente. É inadmissível sermos a quarta maior população, a sexta maior economia e estarmos em 20ª colocação nessas áreas”, declarou.

Ele disse que os cargos vêm aos poucos sendo ocupados por pessoas afinadas com a filosofia de trabalho do governo. “Espero que Roberval, ao lado de Solla, possa fazer um grande trabalho nesse que é o maior hospital público da Bahia, com uma importância muito grande para o sistema de saúde”, completou.

Segundo Solla, são características que pautam a indicação dos novos diretores: o compromisso com a gestão pública, com o programa de governo, que tem uma série de prioridades definidas para a área de saúde, e a capacidade de trabalhar em rede, com a clareza de que as vagas do hospital não são do diretor, mas da população.

“A gente fala em rede hospitalar e sistema de saúde mas, na prática, acabam sendo hospitais isolados. Nós queremos contribuir para romper esse isolamento e utilizar melhor os recursos existentes”, declarou

Solla disse ainda que a dificuldade de acesso à saúde se dá muitas vezes por falta de integração da rede. “Os pacientes que chegam no HGE com traumatismo rac-medular, por exemplo, recebem o primeiro atendimento e, se necessário, podem ser transferidos para o Manoel Vitorino, Espanhol ou Santo Antônio, a depender do seu quadro. Isso permite um melhor aproveitamento dos recursos existentes na rede do Sistema Único de Saúde (SUS) aqui no estado”, afirmou.

Alinhamento político

Para Gonzales, o alinhamento político e social dos âmbitos federal, estadual e municipal constitui terreno fértil para o desenvolvimento de visões sistêmicas de assistência à saúde, em especial para os menos favorecidos. “É uma situação propícia para idéias inovadoras que aprimorem e viabilizem, na prática, o pleno funcionamento do SUS em Salvador e demais municípios do estado”, observou.

Ele disse que “é necessário paciência e sabedoria para não serem usadas formas convencionais de baixa resolutividade, pautadas no imediatismo e na modernização apenas técnica e gerencial ao lidarmos com a problemática crônica da saúde”. A solução, segundo Gonzales, está em redefinir o modelo assistencial e organizacional, reconstruir o relacionamento com o SUS, orientar o ensino e a pesquisa, rever os mecanismos de financiamento e redimensionar os custos administrativos e gerenciais.

“De imediato, iniciaremos o estudo participativo, envolvendo todos os setores, analisando a missão de cada um deles e do hospital geral Roberto Santos”, declarou. Gonzales disse que isso será feito de forma transparente, colaborando para que haja uma integração total no sistema de saúde, em especial para as unidades de urgência e emergência.

Roberval formou-se em medicina pela Ufba em 1979. Está concluindo mestrado em administração geral e trabalha com consultoria para empresas da área de saúde, além de coordenar o projeto de gerenciamento domiciliar de pacientes crônicos. Ele assume o cargo que foi ocupado durante três anos por José Carlos Pitangueiras.