Os esquemas na área de saúde especialmente montados para atender um possível aumento da demanda por serviços médicos no Carnaval têm registrado pouca procura e casos sem gravidade. A boa notícia vai além disso. Quando comparado o total de atendimentos relacionados a folia até hoje, 236, com dados do mesmo período do ano passado, 360, pode-se ver uma redução considerável no número de internações: cerca de 60%.

O Hospital Geral do Estado (HGE) continua registrando o maior número de entradas: 106 até agora. Entre as unidades de emergência em regime de plantão, a do Curuzu também permanece na liderança, com 24 casos. O médico que dirige o plantão do HGE, Antônio Ântico, confirma movimento tranqüilo da unidade. “Os casos registrados não fugiram da normalidade, são corriqueiros. Nenhum quadro mais grave aqui estava relacionado com o Carnaval”, falou.

Ele lamentou, contudo, que pequenas ocorrências, como curativos ou suturas, estejam sendo dirigidas para o HGE, hospital voltado para situações mais complexas. “A maioria dos pacientes encaminhados para cá poderia ter sido atendida nos próprios postos espalhados pelos circuitos da festa. Isso pode evitar que, num um momento de pico, caso aconteça um acidente mais grave, nossas dependências estejam cheias”, explicou. O médico afirmou ainda que os postos distribuídos pelos percursos estão totalmente preparados para prestar o pronto atendimento aos foliões.

Ainda em relação a pouca procura por serviços de urgência e emergência, o Centro de Informações Antiveneno (Ciave) contabilizou apenas duas ocorrências relacionadas ao Carnaval, ambas por intoxicação por uso de drogas. Fora essas, do primeiro dia de folia (15) até as 10h de hoje (19), em todo o estado, o centro recebeu 60 solicitações, a maioria por intoxicação medicamentosa. Outro dado positivo é sobre a campanha educativa para a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis da Secretaria de Saúde do Estado (Sesab), que até o último dia de festa deverá ter distribuído para a população cerca de 220 mil preservativos.

Apesar de não funcionar durante todo o Carnaval, o estoque de sangue da Fundação de Hemoterapia e Hematologia da Bahia (Hemoba) está garantido até o final da festa. Já os serviços ambulatoriais, assim como o atendimento a pacientes hemofílicos e àqueles que precisam de transfusão de sangue, foram mantidos e estão sendo feitos normalmente pela equipe de plantão. A fundação volta a realizar coletas a partir das 13h da Quarta-feira de Cinzas (20).

As diretorias de Vigilância Sanitária e Ambiental (Divisa) e de Vigilância Epidemiológica (Divep) da Sesab também estão trabalhando com esquema de plantão nos dias da folia. A Divisa está vistoriando estabelecimentos prestadores de serviço, unidades de saúde, indústrias de água mineral e centrais de esterilização e a Divep, por sua vez, acompanha os casos de doenças infecto-contagiosas e elimina criadouros do mosquito Aedes Aegypti, causador da dengue.