Os governadores do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral,  de Pernambuco, Eduardo Campos e da Bahia, Jaques Wagner, além do ministro do Turismo, Walfrido Mares Guia, encerram amanhã (20) em Salvador, o  Carnaval da Bahia, confirmando que não há competição entre as folias dos três estados, consideradas as melhores do país. A  fórmula idealizada pelos três para integrar a festa popular pode ser uma ótima receita para divulgar a folia momesca pelos quatro cantos do mundo.

Para os governadores, as comemorações não são concorrentes, pois cada uma tem a sua peculiaridade e tradição. O “triângulo da folia” – uma invenção dos três governadores que compreendem a importância do Carnaval enquanto manifestação popular brasileira – mostra que não há disputa entre eles e que as festas podem ser participativas e promovidas conjuntamente. A proposta conta também com a simpatia do anfitrião do Carnaval de Salvador, o prefeito João Henrique, para quem a presença dos governadores dos estados que sediam os maiores carnavais do Brasil só engrandece a festa.

O “triângulo da folia” começou em Pernambuco onde, no sábado, os governadores Wagner e Cabral se uniram ao anfitrião Eduardo Campos e juntos participaram do Galo da Madrugada, a maior manifestação popular do carnaval de Pernambuco. No domingo, foi a vez do governador Sérgio Cabral receber, no Rio de Janeiro, os colegas  Jaques Wagner e Eduardo Campos para, juntos, dividirem o camarote oficial para assistir ao desfile das escolas de samba, a maior tradição do carnaval carioca.

Para Cabral, o mérito do sucesso do Carnaval é do povo brasileiro que, apesar das dificuldades, consegue transformar a festa num evento de fama internacional que atrai gente de todo o mundo, divulgando a imagem do Brasil. Segundo ele, isso é possível graças ao esforço e perseverança do povo, que acumula energia e força pra fazer dos dias de folia um momento de realização. “Nós temos que apoiar e prestigiar a alegria contagiante deste povo que faz do Carnaval do Brasil o melhor do mundo,” opinou.

 “Já que o camarote do Gil é o 2222, nosso Carnaval será, a partir de agora, dois dias no Recife, dois dias no Rio e dois dias em Salvador”, disse Jaques Wagner, fazendo uma brincadeirinha com o nome do camarote do ministro da Cultura, Gilberto Gil.

O governador Eduardo Campos definiu bem a proposta, explicando que o projeto busca trabalhar pela integração e divulgação do país, projetando o Brasil como um todo, não por partes. “Vamos trabalhar o destino do Brasil de maneira integrada. Rio, Bahia e Recife não são concorrentes, são partes complementares desse todo”, ressaltou.

Mares Guia, ministro do Turismo, gostou, experimentou e aprovou a idéia dos governadores. Ele se integrou ao trio e divide com Wagner, Cabral e Campos os espaços mais requisitados do Carnaval do Brasil. Já o ministro  Gil, que como bom baiano tem a “cultura” da festa, considerou positiva a iniciativa, fazendo questão de participar do grupo. 

Com o aval de tantas autoridades, a partir deste ano, o Galo da Madruga passa a acordar cariocas e baianos para marcarem presença no sambódromo para assistir a abertura oficial do desfile das escolas de samba do Rio e pular atrás do trio elétrico em Salvador até a Quarta-feira de Cinzas.