“O Carnaval do Centro Histórico deve passar por mudanças a partir do próximo ano”, afirmou hoje (20) a diretora de Ações Culturais do Pelourinho, Ivana Souto. “Acho que ainda há muito que expandir, sobretudo no que diz respeito ao fortalecimento do trabalho artístico”.

Ela disse que a intenção é abrir espaço para os artistas que trabalham ali o ano todo e não para aqueles que fazem projetos apenas para ganhar o cachê na festa.

No total, 97 atrações animam o Carnaval do Centro Histórico nas ruas e nas praças por onde circulam, segundo dados da Polícia Militar, 150 mil pessoas  por dia.  

Cada uma das atrações, exceto as bandinhas, se apresenta apenas uma vez, para garantir maior diversidade. Com isso, como explicou Ivana Souto, novas atrações puderam ser agregadas à folia, a exemplo de Peu Murray e Beat Gabô.

Outra novidade foi a requalificação dos shows, obedecendo à vocação de cada praça, o que não acontecia nos anos anteriores. Dessa forma, os amantes do reggae puderam curtir na praça atrações como Sine Calmon & Morrão Fumegante e The Sheriff.

“Quem está acostumado a ir ao Largo de Quincas Berro d’Água, por exemplo, sabe que ali é o espaço do samba também no Carnaval”, destacou a diretora.

Outra mudança citada por ela e que demonstra o começo de uma nova fase do Carnaval no Centro Histórico foi o diálogo com os setores estruturantes, como Sesp, SET, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Associação de Moradores e Secretaria Municipal de Saúde.

União

“Procuramos discutir o mapa físico da festa, criado em comum acordo com todos os envolvidos. Buscamos equilibrar as responsabilidades e humanizar mais as relações, porque se houver união todo mundo cresce”, observou.

No Terreiro de Jesus, as baianas passaram a vender seus acarajés ao lado da Igreja de São Domingos. Antes, elas ficavam num espaço ao lado dos banheiros químicos.

“Aqui está uma maravilha, porque o espaço é maior e mais adequado”, afirmou a baiana Antônia dos Santos, mais conhecida como Bela, que há 10 anos trabalha no Pelourinho.