A Sociedade Amigos da Cultura Afro-brasileira (Amafro) convidou o artista plástico baiano Emanoel Araújo para ser o curador da exposição inaugural do Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira. O museu, a ser instalado no Centro Histórico, ainda está em obras, com previsão de inauguração em novembro de 2008.

Os detalhes do projeto, considerado pela Amafro como o maior empreendimento cultural da década na Bahia, foram apresentados hoje (1º) ao governador Jaques Wagner pelo presidente da Amafro, o poeta e compositor José Carlos Capinan. “A história oficial sempre levou os negros a esquecer sua cultura que, na verdade, não só tem grande significado, como é brilhante”, disse Capinan, reforçando o papel do museu no resgate da valorização da história e cultura negras.

O complexo cultural, orçado em mais de R$ 10 milhões, vai ocupar dois antigos casarões na área da Ajuda (as antigas sedes do Tesouro e da primeira unidade de pronto-socorro da cidade). Também já está reservado um terreno vizinho para a instalação do Memorial da Diáspora. Wagner, “que sempre foi um dos entusiastas da idéia”, foi convidado para visitar as obras.

A reforma dos casarões e todo o apoio técnico para a implantação do projeto são realizados pelo Programa Monumenta, do governo federal. Trata-se de uma iniciativa do Ministério da Cultura, em parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional (Iphan), contando com financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

No caso do museu afro, há ainda recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social  (BNDES), além de patrocínio de empresas privadas. O Estado contribui com a concessão dos dois imóveis. 

A importância do museu também foi destacada pelo diretor cultural da Amafro, o historiador Jaime Sodré. “Será um marco da mudança no modo de ver o Centro Histórico”, disse. “Hoje, só se valoriza no negro a chamada cultura do tambor”, completou.  Sodré, que também participou da audiência com Wagner, informou ainda que o museu vai atuar como suporte à lei que obriga o ensino da história da cultura negra.

 “Teremos uma unidade moderna, no nível dos melhores museus internacional”, explicou o consultor jurídico do projeto, Carlos Marighela. Está previsto o uso de modernos equipamentos. Marighela e o presidente do Conselho da Amafro, Nerivaldo Almeida, também estiveram com Wagner na Governadoria.