Estudo pode amenizar efeitos da anemia falciforme

Os estudos sobre a anemia falciforme, que costuma atingir mais os negros, terão um novo aliado: o dentista e pós-doutor em Imunologia Getulio Nogueira-Filho. O cientista coordena uma pesquisa que traçará o perfil imunológico de crianças portadoras da doença para relacioná-lo com a dor e o padrão de saúde bucal. A importância da realização de uma pesquisa desse tipo no estado está no fato da Bahia ser zona endêmica da doença.

No total, serão analisadas amostras sangüíneas de 200 crianças, todas negras, sendo metade falcêmicas e metade saudáveis. “Com isso, queremos comparar a resistência imunológica entre os dois grupos com o objetivo de diagnosticar e tratar precocemente a dor e as afecções bucais e/ou alterações sistêmicas que acometem frequentemente pacientes com a anemia falciforme”, explica Nogueira-Filho.

Essa análise será feita por um equipamento de última geração, um scanner robotizado que mostra todas as informações imunológicas do paciente. Primeiro do Nordeste, o equipamento será comprado com recursos do Edital do PP SUS Programa Pesquisa para o SUS 2006, gerido pela Fapesb e a Secretaria da Saúde, em parceria com o CNPq.

Além dessa pesquisa, o Edital do PP SUS 2006 apoiou outros 23 projetos, totalizando R$ 1,5 milhão em recursos. Os pesquisadores contemplados no Edital assinaram, na Fapesb, os Termos de Outorga que formalizam o apoio.

A anemia falciforme

A anemia falciforme é uma doença hereditária, sem cura, que causa má formação das hemácias (células do sangue que transportam oxigênio e gás carbônico aos tecidos). As hemoglobinas que compõem as hemácias são, normalmente, redondas e maleáveis, porém rígidas e com formato de foice, nos portadores da doença, o que dificulta a passagem das hemácias por alguns vasos sangüíneos.

A anemia falciforme pode causar problemas para a saúde, tais como: fadiga, respiração curta, crescimento lento, agravamento de infecções, além de  complicações osteoarticulares, oculares, cardiovasculares, pulmonares e renais. É comum em países da África, Europa mediterrânea, Oriente Médio e regiões da Índia.