As doenças renais matam pelo menos 15 mil pessoas por ano no Brasil. Dados da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) indicam que quase 1 milhão de brasileiros têm problemas renais e cerca de 70% deles desconhecem a situação. Com o objetivo de conscientizar a população para a importância  da prevenção, diagnóstico precoce e tratamento das doenças renais, a regional baiana da SBN, com o apoio da Secretaria da Saúde do Estado, através do Centro de Diabetes e Endocrinologia da Bahia (Cedeba), realiza a partir de segunda-feira (5), a Semana do Rim, com atividades educativas e oferta de exames para detecção de doença renal em pacientes diabéticos.

Segundo a nefrologista Fátima Gesteira, que na próxima semana assumirá a presidência da SBN/Regional Bahia, a Semana de Nefrologia é comemorada mundialmente, alertando médicos de outras especialidades (pediatras, geriatras, clínicos gerais, endocrinologistas e cardiologistas) para a importância de trabalharem em conjunto, encaminhando os pacientes precocemente para o nefrologista. Ainda de acordo com Fátima Gesteira, a prevenção e o rastreamento de pacientes de risco para doença renal é imprescindível, porque é possível, nos estágios iniciais da doença, manter estável a função renal e evitar maiores complicações.

Causas

Na Bahia, assim como em todo o país, a diabetes é a principal causa da doença renal. Em função disso, o Cedeba será parceiro da SBN/Bahia na programação da Semana de Prevenção da Doença Renal. Entre os dias 5 e 8 (segunda a quinta-feira), das 8 às 12 horas, uma unidade móvel da Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), instituição que também apóia a iniciativa, estará no estacionamento da unidade (Centro de Atenção à Saúde Professor José Maria de Magalhães Netto/CAS, avenida ACM, próximo ao Hiper Bompreço), realizando a dosagem de Cistatina C, exame que avalia a função renal, em pacientes diabéticos atendidos e encaminhados pelo centro.

A médica endocrinologista Reine Fonseca, diretora do Cedeba, adianta também que terça-feira (6), pela manhã, durante reunião de profissionais da unidade com técnicos da atenção básica de Salvador e Região Metropolitana, profissionais da SBN/Bahia vão divulgar informações sobre as ações de prevenção da doença renal. “A proposta é que os profissionais da rede básica estejam preparados para desenvolver as ações de prevenção e detecção precoce da doença renal”, explica Reine Fonseca.

Ainda dentro da programação da semana, no dia 7, quarta-feira, às 20 horas, no auditório do Hospital Português, o professor Marcus Bastos, da Universidade de Juiz de Fora, Minas Gerais, considerado referência na prevenção da doença renal, profere palestra sobre o tema “ Modelo de Programa de Prevenção da Doença Renal”, durante a solenidade de posse  da nova diretoria da SBN/Bahia.

Sem sintomas

A nefrologista Fátima Gesteira adverte que a pessoa pode ser portadora da doença renal sem apresentar sintomas e só descobrir a doença em fase muito avançada, quando as alterações são irreversíveis. “Por essa razão, os indivíduos que fazem parte do grupo de risco para desenvolvimento de doenças dos rins – hipertensos, diabéticos e parentes de portadores de algumas doenças dos rins – devem ter cuidados especiais”, adverte.

Pressão alta, inchaço (de pernas, face ou generalizado), anemia/palidez anormal, fraqueza e desânimo constantes, náuseas e vômitos freqüentes pela manhã, sangue na urina, dor lombar/cólica renal e indícios de infecção urinária (dor, ardor ou dificuldade para urinar) são possíveis indícios de doença renal, conforme Fátima Gesteira.

A nefrologista lembra que o aparecimento de doenças renais na população mundial tem sido cada vez mais comum, devido ao envelhecimento da população e à alta prevalência de diabetes e hipertensão na população adulta. “Estas são situações que comumente lesam os rins, aumentando a população de pacientes que necessitam de tratamentos de substituição renal, como diálise peritoneal ou hemodiálise”, conclui.