Expostos na Rótula do Cabula, dois outdoors confeccionados por 60 alunos do Colégio Polivalente do Cabula vêm chamando a atenção de quem passa pelo local. Com aproximadamente 9 metros, as peças foram criadas pelos estudantes participantes do projeto de incentivo à arte Escola que Faz, desenvolvido pelo Polivalente. Desde o dia 17 de março, eles podem observar o resultado do trabalho expostos em três telões espalhados nas ruas do bairro onde estudam.

Assim que o outdoor foi instalado, a estudante do 2º ano, Tamires Santos Santana, 17 anos, não parava de ouvir os amigos comentando: “Vi hoje o outdoor que você participou”, conta orgulhosa. Além de tirar os estudantes da ociosidade e das ruas, a proposta era de que eles tivessem parte do tempo ocupado com uma expressão artística. Ao todo foram inscritos mil estudantes e depois de um teste de habilidades nas mais diversas formas de arte, 300 foram selecionados.

No caso da oficina de pintura em outdoor, eles puderam estudar desde a história da propaganda, pinturas rupestres até mesmo conferir com os próprios olhos como funciona a produção do outdoor. A idéia do outdoor foi definida pelos próprios estudantes, que elegeram o tema a ser trabalhado. Para isso, usaram imagens de fácil interpretação e letras claras.

“Eles tem expressões fantásticas e muitas vezes não há oportunidade de colocar para fora. Precisavam de um momento sensível, que os envolvessem e os deixassem à vontade. Como professora, atuei mediando e lapidando pedras preciosas que caem na mão da gente”, avaliou a coordenadora do projeto, a artista plástica Mônica Colucci.

Assim que soube das inscrições, o estudante da 8ª série, Bruno Roberto Nascimento Gomes de Santana, 16 anos, se inscreveu. Antes, revelava seus dotes artísticos através de desenhos no caderno. Com o projeto, viu a possibilidade de ampliar os conhecimentos, aprendendo a manusear pincel e tinta. “Antes passava olhando os outdoors e achava que era uma coisa simples, só depois vi que na era fácil assim”, diz.

Mais do que a interação entre os alunos e o despertar para trabalhar em grupo, o projeto teve um grande impacto no aprendizado, reduziu a evasão e deixou os estudantes mais motivados para os estudos.

“Investimos na educação através da arte, aliado ao currículo formal. Nosso propósito é humanizar a educação através da internalização dos valores usando a arte”, explica a diretora do Colégio Polivalente do Cabula, Lúcia Maria de Santana Ferreira.  Para ela, a arte tem que ser contínua nas escolas. “Além de reduzir a evasão, percebemos que alunos de outras escolas migram porque aqui temos projetos”, diz, acrescentando que a educação plural não é somente quadro negro giz e professor.