“Nós herdamos muita coisa dos índios, só temos que agradecer”, reconheceu a estudante Stefani Bonfim, da 4º série do Colégio Estadual Patamares, ao assistir rituais sagrados de comunidades indígenas que marcaram o Dia do Índio hoje (19), no Parque Metropolitano Pituaçu. Em parceria com a Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Estado (Semarh), as tribos Pataxó Hãhãhãe e Tupinambás, da Bahia, Kariri-Xocó, de Alagoas e Pankaruru, de Pernambuco, apresentaram sua cultura e costumes a alunos do ensino médio e fundamental de dez escolas públicas de comunidades do entorno do parque. 

Na visão da índia Yakuy Tupinambá, da aldeia Tupinambá, sul da Bahia, o Parque de Pituaçu é um exemplo de convivência harmoniosa entre a comunidade e a natureza. “Temos um cantinho verde no meio da cidade e precisamos preservá-lo”, alertou Yakuy.

O compromisso da nova administração do parque, segundo o diretor de Biodiversidade da Semarh, Milson Batista, é fortalecer os vínculos com os moradores que vivem na região. “O parque é um patrimônio de todos”, enfatizou Batista. De acordo com ele, serão implantados projetos socioambientais que preservem a biodiversidade do parque, seguindo a tradicional milenar dos povos indígenas. “Eles exploram racionalmente os recursos naturais, promovendo a sobrevivência de forma ambientalmente sustentável”, disse.

 Na oportunidade, também foi lançado o livro “Índios na Visão dos Índios: Pataxó Hãhãhãe”, uma publicação colorida produzida pelos próprios indígenas. “Eles utilizaram máquinas fotográficas, gravadores digitais, computadores e internet na produção da obra”, contou o presidente da Ong, Sebastian Gerlic.

As lideranças indígenas em conjunto com a Organização Não-governamental Thydêwá trabalham na inclusão digital e na promoção do diálogo intercultural, em sete aldeias do Nordeste. “A idéia é usar essas ferramentas para semear no coração das crianças sentimentos essenciais à vida, como respeito, solidariedade e compreensão”, destacou Gerlic.