O futuro Museu Rodin Bahia deixará de se chamar Rodin e ampliará o raio de ação para abrigar também obras de outros museus franceses. Além disso, vai funcionar como espaço para promover um maior intercâmbio entre a arte da Bahia e da França. A decisão foi acordada entre o secretário de Cultura, Marcio Meirelles, e o diretor do Museu Rodin, Dominique Vieville, em recente reunião em Paris, depois de avaliarem o custo-benefício e o prazo de apenas três anos do comodato de permanência das peças de Rodin na Bahia.

A abertura do novo museu está programada para julho próximo. Em junho, será aberta uma consulta pública para escolha do nome. Outra novidade é que a Secretaria de Cultura assume a gestão do museu, que passa a ser incorporado à estrutura do Instituto do Patrimônio Artístico Cultural (Ipac), responsável pelos museus do Estado. A Diretoria de Museus do Ipac passará a funcionar no novo museu, cuja curadoria de arte ficará com o Museu de Arte Moderna.

O secretário de Cultura, que viajou a Paris a convite do governo francês, explicou que a decisão de ampliar a parceria com a França vai trazer mais benefícios para a Bahia, que terá a oportunidade de conviver com várias coleções de museus franceses. “Não vamos assumir o papel de colonizados. Vamos sim promover o intercâmbio cultural”, afirmou o secretário, informando que “o novo museu será sede de um diálogo entre o clássico e o contemporâneo e também entre os artistas”.

Segundo o secretário, durante o período que as obras de Rodin ou de outro artista estiverem na Bahia, serão “montadas exposições temporárias com artistas baianos contemporâneos de várias linguagens visuais, inspiradas na obra que estiver em destaque”. A idéia é que essas exposições passem por uma curadoria de arte e sejam, anualmente também, apresentadas na França. “É uma forma de estimular e divulgar o artista baiano”, disse.

Até fevereiro último, a gerência do projeto do Museu Rodin estava sob a responsabilidade da Abacult – associação criada pelo governo passado para este fim. A Secult não deu continuidade ao acordo com a Abacult por orientação de uma comissão especial, formada por membros da Procuradoria Geral do Estado (PGE) e da própria secretaria, para analisar as irregularidades no termo apontadas pelo Tribunal de Contas do Estado.

Entre as irregularidades, o TCE apontou o fato de a instituição ter sido criada pelo ex-secretário de Cultura e Turismo com funcionários públicos, ferindo o princípio da impessoalidade. Além disso, considerou abusiva a concentração de recursos: mais de R$ 2,5 milhões foram destinados à Abacult somente em 2006 – mais de 10% do valor destinado ao Fundo de Cultura, voltado para a cultura em todo o estado.