O convívio harmônico entre diversas religiões em Salvador tem sido usado como referência pela Sociedade Israelita da Bahia para o combate aos preconceitos e conflitos religiosos no mundo. “É um grande exemplo de que é possível promover a paz entre os povos neste aspecto”, afirmou o presidente da entidade, Izio Kowes. Acompanhado pelo rabino Ari Glikim, ele esteve hoje (29) na Governadoria, onde solicitou o apoio do governador Jaques Wagner para divulgar ainda mais a pluralidade religiosa da Bahia nos programas de promoção do estado.

Segundo Kowes, uma das iniciativas das iniciativas da Sociedade Israelita da Bahia dentro do projeto de mostrar o bom relacionamento entre o Judaísmo e as demais religiões praticadas no estado é o Coral Vozes do Holocausto. O coral é formado por 150 vozes de baianos de religiões diversas. Os integrantes participam do projeto da entidade, interpretando músicas em ídiche (língua antiga dos judeus), que foram compostas pelas vítimas do extermínio promovido pelo nazismo entre os anos de 1939 e 1945.

“Os compositores foram músicos judeus que morreram nos campos de concentração”, explicou Kowes, que convidou Wagner para assistir a uma apresentação do coral. A primeira apresentação do coral na Bahia foi no ano passado, quando o projeto foi lançado. Desde então, já foram realizadas apresentações em São Paulo e Rio de Janeiro. Na agenda da Sociedade Israelita, além de uma nova apresentação na Bahia, estão previstas excursões para Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Buenos Aires e Miami. 

Os dados da Sociedade Israelita, fundada há 70 anos, revelam que cerca de mil famílias de judeus moram na Bahia atualmente. Existem no estado duas sinagogas, sendo que o rabino Ari Glikim foi o primeiro sacerdote judaico a atuar em Salvador. “Esperamos que as políticas públicas no estado preservem agora ainda mais o respeito às diversidades cultural e religiosa da Bahia, como um exemplo para o mundo”, afirmou o rabino Glikim, que mora na capital baiana há quatro anos na Bahia.