O gerente executivo administrativo do Banco do Nordeste, no município de Senhor do Bonfim, Orlando dos Santos Ferreira, de 47 anos, foi preso por policiais civis da 19ª Coordenadoria Regional de Polícia por apropriação indébita e falsa comunicação de crime. Ele forjou o próprio seqüestro, tentando encobrir um golpe que vinha aplicando contra a instituição financeira, forjando os mapas de caixa da reserva contida no cofre para desviar dinheiro.

Segundo informou o delegado Lúcio Ubiracê Gomes Ribeiro, coordenador da 19ª Coorpin, Orlando dos Santos Ferreira procurou a Polícia, no final da tarde de segunda-feira (18), dizendo ter sido vítima de um seqüestro na noite de domingo (17). Declarou que, por volta de 6 horas de segunda-feira, os seqüestradores o obrigaram a abrir o cofre da agência bancária, localizada no centro da cidade, e retirar R$ 226 mil. Disse ainda que foi libertado posteriormente no município de Filadélfia e que retornou a Senhor do Bonfim dirigindo o próprio automóvel, uma Pickup Fiat.

Trabalhando há 28 anos no Banco do Nordeste, Orlando também contou ao delegado que, ao voltar à agência, às 10 horas de segunda-feira, falou sobre o seqüestro com o gerente geral da instituição, Inocêncio Rubem de Araújo, que acionou o auditor do banco, Orisvaldo Félix Barbosa, em Salvador. Acompanhado do gerente geral e do auditor, que se deslocaram para Senhor do Bonfim, Orlando se dirigiu até a 19ª Coorpin.

Ouvidos separadamente na sala do coordenador regional, Inocêncio e Orisvaldo  disseram ter percebido falhas e contradições na versão apresentada pelo gerente executivo administrativo do banco, confirmando a desconfiança da Polícia sobre a veracidade do seqüestro. “Interrogamos Orlando por mais de três horas e, diante de vários pontos de divergência, ele não conseguiu sustentar a versão do seqüestro e admitiu o desvio de dinheiro”, informou o delegado Lúcio Ubiracê.

Responsável pela manipulação do cofre e documentos bancários, o gerente usou o suposto seqüestro para justificar a ausência de R$ 226 mil da instituição. O desvio teria sido feito para justificar o pagamento de notas do Banco do Nordeste não contabilizadas, admitindo que agia desta forma há muito tempo. No final da tarde de hoje (20), o juiz criminal da comarca de Senhor do Bonfim, Édson Souza, expediu um alvará de soltura, libertando Orlando, que vai responder pelo crime em liberdade.