Diante da situação registrada na região de Bom Jesus da Lapa, onde os habitantes estão sofrendo problemas de diarréia decorrentes do consumo de água do Rio São Francisco, com indícios de contaminação, os secretários estaduais de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza (Sedes) e da Saúde, Valmir Assunção e Jorge Solla, e a diretora do Centro de Recursos Ambientais (CRA), Beth Wagner, estarão reunidos amanhã (6), a partir das 8h, no Centro de Atenção à Saúde Professor José Maria de Magalhães Neto (antigo Iapseb), para discutir as providências que deverão ser adotadas para garantir a saúde e proporcionar total assistência à população local.
A recomendação da Cordec é que a população e os animais da área afetada evitem o contato direto com a água contaminada. Também foi recomendaram a interrupção do consumo de pescados do Rio São Francisco e os afluentes afetados. Os técnicos da Cordec informam que a fervura da água não elimina as principais toxinas, orientando ainda que, em caso de contaminação, deve ser busca a assistência imediata no sistema de saúde.
Conforme informações da Coordenação de Defesa Civil (Cordec), o órgão foi notificado pela prefeitura de Bom Jesus da Lapa sobre a ocorrência de alteração do odor e da coloração da água do São Francisco, mortandade de peixes e registro de casos de diarréia na região do Rio das Rãs e no município de Serra do Ramalho. “A situação exige atenção total, já que envolve a saúde pública da região”, assinalou o secretário Valmir Assunção, salientando que logo ao tomar conhecimento do problema determinou todas as medidas cabíveis para levantar a gravidade da situação.
Técnicos da Cordec mantiveram contato com a Defesa Civil do estado de Minas Gerais, já que foi identificado que a partir do encontro do São Francisco com o afluente Rio das Velhas, havia sido constatadas alterações nas águas do São Francisco, com indicativos de concentração em níveis elevados de cianobactérias, também conhecidas como algas azuis. “Os resultados preliminares das amostras coletadas indicam que a alteração de cor no trecho da bacia é provocada pela floração de cianobactérias”, diz o relatório da Cordec.
De acordo com técnicos, tais bactérias encontraram nas águas do São Francisco ambiente propício para reprodução devido ao contato com agentes poluentes despejados na bacia do rio, que possui grande concentração de nutrientes, especialmente fósforo. “A falta de chuva, a baixa profundidade das águas e as altas temperaturas da região agravaram o problema”, assinalou Valmir Assunção, informando ainda que esse quadro dificulta a diluição dos nutrientes, além de reduzir a vazão que faz aumentar a concentração em pontos localizados.
O secretário Valmir Assunção admite que o quadro é delicado e exige atenção total dos órgãos estaduais. “Estamos alerta e vamos definir, na reunião de amanhã, as ações emergenciais a serem adotadas para prestar total apoio e assistência à população afetada”, assinalou, informando que o Rio São Francisco banha 23 municípios baianos que concentram uma população de 822 mil habitantes.