“Se a gente mete a mão numa lata de lixo é porque não quer roubar”. O depoimento comovente de Ubiratan Santa Bárbara, 44 anos, um dos integrantes do grupo de catadores de materiais recicláveis recebido pelo secretário do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte, Nilton Vasconcelos, reflete as dificuldades enfrentadas pelos baianos.
A reunião foi realizada na tarde de hoje (8), na Sala de Reunião do Gabinete, e contou com a participação de representantes de cooperativas, além de trabalhadores que ainda não fazem parte de alguma associação. Um encontro estadual está sendo planejado pela categoria, que pretende reunir em Salvador badameiros de cerca de 100 cidades baianas.
O objetivo da visita, organizada pela organização não-governamental Pangea, foi detalhar como vivem e quais as dificuldades encontradas pelos badameiros no exercício da função. “A gente quer ser tratado como qualquer outro trabalhador e ter direito à ajuda do Estado”, reivindicou Jeane dos Santos, 26 anos. Municípios como Maragojipe, Jequié, Mascote, Santo Amaro, Juazeiro, Pilão Arcado, Alagoinhas e Lauro de Freitas foram representados no encontro.
Segundo Jeane, da Cooperativa de Catadores Agentes Ecológicos de Canabrava (Caec), o maior problema enfrentado pelos catadores é a ação dos atravessadores. Eles impedem que os catadores se mobilizem e constituam uma cooperativa. “Alguns são até ameaçados de morte”, disse.
O secretário Nilton Vasconcelos e o superintendente de Economia Solidária, Helbeth Oliva, ouviram as reivindicações de cada um dos 19 integrantes do movimento, e dos diretores do Pangea, Antônio Bunchaft e Aderbal Regis.
Helbeth Oliva informou que todos os pleitos serão considerados e analisados. “Em breve queremos ter boas notícias pra vocês”, acrescentou. Entre as reivindicações da categoria destacam-se a infra-estrutura necessária nas instalações físicas dos galpões, a aquisição de maquinário específico e apoio e incentivo aos catadores que ainda não fazem parte de cooperativas.