Atendendo a uma solicitação do Movimento dos Sem-Teto de Salvador (MSTS), os secretários estaduais da Segurança Pública, Paulo Bezerra, de Desenvolvimento Urbano (Sedur), Afonso Florence, e o superintendente de Direitos Humanos da Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (SJCDH), Frederico Fernandes de Souza, visitaram três acampamentos no subúrbio ferroviário, com aproximadamente três mil famílias.
Os representantes das três comunidades, instaladas nas localidades de Lagoa da Paixão, na antiga oficina da Rede Ferroviária, em Periperi, e Escada, querem “uma polícia mais próxima do cidadão”. Nos três acampamentos, a comitiva foi recebida por José Carlos de Paula, “Zé da Bomba”, e Pedro Cardoso, da coordenação do MSTS.
“Pela primeira vez, em 25 anos, vejo um secretário de Segurança Pública visitar um acampamento deste porte”, disse Cardoso, ao cumprimentar os visitantes. A reivindicação dos representantes das comunidades é no sentido de que a polícia atenda os moradores daqueles locais, respeitando os seus direitos de cidadão.
“A presença da polícia aqui é importante, mas os policiais devem atuar respeitando a comunidade e não de forma unilateral”, defendeu José Carlos de Paula. No acampamento de Periperi, são 328 barracos, localizados em uma área da União ao lado da ferrovia. Em Escada, o acampamento, em área da Coelba, abriga 400 famílias. No acampamento de Lagoa da Paixão estão instalados 1.778 barracos de lona plástica e madeirite.
Bezerra ressaltou que “a Secretaria da Segurança Pública estabelece, desde 1º de janeiro, uma nova política de segurança no Estado, visando garantir o exercício da cidadania, com uma atuação voltada a assegurar a tranqüilidade da população, independentemente de classe social”. O secretário citou as ações do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci), do Ministério da Justiça, que tem como objetivo integrar políticas de segurança pública com ações sociais em diversas regiões brasileiras. Na Bahia, o programa envolve 10 secretárias de Estado.
O superintendente da SJCDH afirmou que é importante conhecer de perto a realidade dos “sem-teto”, e que “o Estado está disponível para ouvir os movimentos sociais e priorizar a garantia de seus direitos, com políticas voltadas principalmente para a habitação”. O secretário de Desenvolvimento Urbano, em contato com as comunidades, assegurou que “é um compromisso da sua pasta, tratar com respeito às reivindicações de todos observando um calendário para a resolução dos problemas ali apresentados”.