A bela cidade de Mucugê, na Chapada Diamantina, irá sediar a sétima reunião temática da série Encontros pelas Águas, promovida pela Superintendência de Recursos Hídricos (SRH). Desta vez, as mulheres de todas as regiões do estado da Bahia irão se encontrar no Centro Cultural de Mucugê, Bacia do Paraguaçu, no sábado (20), de 8h30 às 17 horas, para trocar experiências e falar dos problemas das águas no lugar onde vivem.

Foram convidadas a primeira-dama do Estado, Fátima Mendonça, e a secretária da Casa Civil, Eva Chiavon. Está prevista a participação de várias mulheres de segmentos diversos como pescadoras e marisqueiras, membros de terreiros de candomblé, trabalhadoras rurais, indígenas, líderes de associações e representações sociais e ambientais.

A Organização das Nações Unidas (ONU) considera que será necessária a participação do maior número possível de mulheres na proteção das águas pois, na maioria das sociedades, são elas que buscam, manuseiam e guardam água para as necessidades familiares como higiene, saneamento e saúde.

De acordo com o diretor-geral da SRH, Julio Rocha, as mulheres têm um papel fundamental na política das águas e na proteção ambiental. “A mulher, com sua sensibilidade aflorada, sabe cuidar. É ela que anda quilômetros no sertão para buscar água do rio ou da fonte para alimentar sua família e tomar conta da casa. Por isso, ela é essencial na formulação da política estadual e nacional das águas e do meio ambiente”, enfatizou Rocha.

Durante o Encontro Pelas Águas, as mulheres serão convidadas a ajudar a construir coletivamente a Carta pelas Águas. O documento será apresentado na Conferência Estadual de Meio Ambiente, prevista para acontecer em março do próximo ano. A carta é baseada em quatro eixos temáticos: Nós e a Água; Problemas da água no lugar em que vivemos, Nossos sonhos para a água e Nós e a gestão das águas, onde cada segmento da sociedade expressa suas preocupações com relação aos recursos hídricos e propõe diretrizes para a elaboração de políticas públicas para as águas na Bahia.

O diretor-geral da SRH, Julio Rocha, disse que o governo tem uma posição preferencial pelo diálogo e que os encontros são espaços de consolidação da democracia por meio da gestão participativa. “A carta precisa das aspirações, dos sonhos de segmentos que historicamente não eram ouvidos. É preciso ouvir também as mulheres para construir políticas públicas eficientes que cheguem na ponta com qualidade, assegurando participação e controle social”, afirmou. Julio Rocha lembrou que, de cada encontro, está sendo formada uma comissão para acompanhar a efetivação da Carta Pelas Águas.

Os encontros estão sendo realizados desde agosto nos municípios onde existem ou onde há processo de formação em andamento dos comitês de bacias hidrográficas. O próximo Encontro pelas Águas será com quilombolas, no dia 27, em Santa Maria da Vitória. O último acontece no dia 10 de novembro, com as crianças, em Irecê.