Curioso, criativo e revolucionário são alguns dos adjetivos utilizados pelo público visitante da exposição Poética, do fotógrafo espanhol Chema Madoz, em cartaz somente até este domingo (21), na Galeria Solar Ferrão, no Pelourinho, Centro Antigo da Cidade do Salvador, com entrada franca.
A galeria está no andar térreo do Ferrão, casarão do século XVII, administrado pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (Ipac), da Secretaria de Cultura do Estado (Secult). A mostra é promovida pelo Ministério de Cultura da Espanha, através do Instituto Cervantes de Salvador, com apoio da Secult.
A exposição dispõe de 60 fotografias, em preto e branco, que proporcionam ao visitante uma releitura da realidade imediata, em função da construção de um significado peculiar a partir de simples objetos do cotidiano ou da fusão destes. Desse modo há um flerte com a semiótica, ciência que estuda a relação entre os signos e o significado, em um nível agradável e de entendimento múltiplo.
“Provavelmente, este é um dos motivos para que a exposição tenha a qualidade de agradar diversos segmentos de públicos, fazendo-os pensar para além da realidade cotidiana”, avalia o diretor geral do IPAC, arquiteto Frederico Mendonça. Para a Semiótica, a experiência estética que propõe a sensação do belo por meio dos sentidos também ocorre por meio da visão do observador e a partir da sua percepção de mundo.
“A Galeria Ferrão tem proposto exposições de alto nível para o público baiano, sempre com entrada franca”, diz Mendonça, adiantando que a partir de 5 de novembro será inaugurada uma exposição sobre os 40 Anos do Ipac, e, a partir de 19 de dezembro, outra com a artista plástica Bárbara Tércia em comemoração aos 90 anos de idade de Deoscoredes Maximiliano dos Santos, o renomado Mestre Didi.
Com curadoria de Catherine Coleman, as fotos da exposição de Madoz foram produzidas entre 2000 e 2005. José Maria Rodríguez Madoz, ou Chema Madoz, nasceu em 1958, em Madri, e é um dos mais importantes expositores da fotografia espanhola atual, com projeção internacional. Graduou-se em Fotografia pelo Centro de Essência da Imagem da Universidade de Madrid, realizando sua primeira individual em 1985.
Hoje, suas obras constam em livros, revistas galerias e museus da Espanha e de outros países, como França, EEUU e Japão. Madoz recebeu diversas premiações, como o Prêmio Kodak España 1991, o Overseas Photographer, Higasikawa Photofestival 2000 no Japão e o Prêmio Nacional de Fotografia do Ministério de Cultura da Espanha também em 2000. A visitação acontece de terça a sexta, das 10 às 18h, e aos sábados e domingos, das 13 às 17h. A entrada é franca.