Implementar melhorias na infra-estrutura existente e oferecer estímulo à produção de cana-de-açúcar na Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, fazem parte do protocolo de intenções para a criação da Fronteira Leste de Biocombustível, assinado, nesta sexta-feira (19), pelo secretário da Agricultura, Geraldo Simões, no Rio de Janeiro.

O termo tem como objetivo promover ações conjuntas entre os estados, visando a produção, comercialização e exportação de biocombustíveis. Também assinaram o protocolo, os secretários da Agricultura do Espírito Santo, César Colnago, de Minas Gerais, Gilman Viana Rodrigues, e do Rio de Janeiro, Christino Áureo.

O protocolo foi viabilizado depois de estudos que apontaram a disponibilidade de uma área de um milhão de hectares para o cultivo de cana-de-açúcar destinada à produção de etanol e de grãos para alimentar usinas de biodiesel, em um corredor entre os estados. Segundo Geraldo Simões, a expectativa iniciativa é recuperar as atividades canavieiras, típicas do país desde a colonização, de forma a gerar empregos e incentivar a produção de matérias-primas oleaginosas. “Fora Minas, nenhum outro estado é auto-sustentável. Iremos aproveitar a logística privilegiada, a estrutura fundiária da pecuária, que está mal-aproveitada, além de implantar pólos de produção de biocombustíveis, o que resultará na geração de emprego e renda em áreas onde a atividade econômica é incipiente ou apoiada apenas na monocultura, como é o caso do sul e extremo sul da Bahia. A intenção é abastecer o mercado interno e exportar o excedente”, completou Simões.

O protocolo

O documento prevê, ainda, investimentos em pesquisa e desenvolvimento tecnológico, a fim de dar maior competitividade aos produtos da agroenergia, além de atrair novos investimentos e implementos nos projetos agroindustriais, sem afetar áreas com outras atividades. A expectativa é que as ações sejam concretizadas em três anos. Dentro de 30 dias, será designado um servidor para articular, planejar e acompanhar as ações.

Fica a cargo de cada estado, a capacitação de profissionais e produtores, por meio de pesquisas para o desenvolvimento sustentável. O objetivo geral é permitir a integração e a regionalização, fortalecendo a cadeia produtiva, estabelecer parcerias com empresas privadas, órgãos públicos e instituições como universidades e centro de pesquisas.

BahiaBio

O secretário baiano apresentou o Programa do Biodiesel da Bahia (BahiaBio), que visa incentivar e desenvolver a produção de bioenergia no estado, atendendo às demandas dos mercados interno e externo. O BahiaBio tem a meta de atingir, em oito anos, a marca de 5,8 milhões de metros cúbicos de etanol e 417 mil metros cúbicos de biodiesel, além de gerar energia e créditos internacionais de carbono.