Projeto de leitura traz estudantes de Guaibim a Salvador

Estudantes da Escola Municipal Evangelista da Fonseca, em Guaibim, distrito de Valença, no Baixo Sul da Bahia, tiveram um fim de semana diferente. Eles vieram a Salvador participar da Jornada de Literatura Infanto-juvenil Era uma vez erês, realizada pela Fundação Pedro Calmon, no Passeio Público. A iniciativa é do Núcleo do Livro, Leitura e Literatura (NLLL) da fundação, em parceria com o Projeto Vilerê, do Teatro Vila Velha.

Os jovens, que integram o projeto Leitura como Arte de Transformar, coordenado pela professora Dulcimar dos Santos, foram recebidos no Palácio da Aclamação, no Campo Grande, pela primeira-dama do Estado, Maria de Fátima Mendonça, e pelo diretor-geral da Fundação Pedro Calmon, Ubiratan Castro de Araújo. A caravana era composta por alunos que estão entre 3ª e 8ª séries.

Fátima Mendonça ficou encantada com a desenvoltura das crianças e adolescentes, que cantaram, recitaram poesias e fizeram apresentações teatrais. “A gente tem a obrigação de ser parceiros de um projeto desses, que desenvolve nas crianças o interesse pela leitura e pela poesia.” Para a primeira-dama, uma iniciativa com tamanha importância para o desenvolvimento das crianças deve ser imitada. "Não temos tempo para inventar coisas, é preciso reforçar o que está dando certo" salientou Fátima Mendonça.

A presidente das Voluntárias Sociais levou os visitantes para um passeio cultural por cada canto do Palácio da Aclamação, onde as crianças fizeram a festa ao lado da recepcionista ilustre. A cada parada, uma explicação histórica sobre o Palácio, ao que as crianças retribuíam com poesia.
Para o professor Ubiratan Castro, estes meninos comprovam que a Bahia tem gente talentosa por toda parte. "A nossa missão é desenvolver políticas que cheguem à Bahia e tratar bem todos os baianos, assim, vamos fazer uma Bahia de todos nós", disse.

Durante todo dia, várias atividades como contação de histórias, oficinas de criação literária, lançamento de livro infantil e brincadeiras foram realizados no Passeio Público para a criançada, além de um seminário com especialistas sobre a literatura infantil.

Passeio Público

Para quem esteve no Passeio Público neste sábado (20), o dia foi de alegria, revelações e conhecimento com a Jornada de Literatura Infanto-Juvenil Era uma vez Erês, realização da Secretaria de Cultura do Estado e Fundação Pedro Calmon, através do Núcleo do Livro, Leitura e Literatura (NLLL), em parceria com o Projeto Vilerê do Teatro Vila Velha. Crianças da capital e do município de Valença desfrutaram de brincadeiras, participaram de oficinas lúdicas, ouviram histórias e tiveram acesso a muitos livros com a Biblioteca Móvel durante todo o dia.

Enquanto os pequenos se divertiam, pais e professores puderam assistir às palestras da professora Doutora Florentina Souza (UFBA), que falou sobre a Lei 10.639, a doutoranda em Literatura e Cultura, Maria Anória de Jesus da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e da Uneb e da especialista em Literatura e Lingüística pela Ufba, Rosângela Góes de Queiroz.

O seminário foi um momento para compartilhar experiências, com debates sobre a presença negra nas produções literárias infanto-juvenis. As professoras falaram de obras clássicas deste gênero – onde a ausência negra é notável – e apresentaram livros nos quais a família negra é protagonista das histórias. "Estas obras nos mostram as verdadeiras crianças negras, onde elas têm suas próprias vozes e conduzem suas histórias", pontuou a professora Maria Anória ao ler trechos de livros infantis como A Cor da Ternura, de Geni Guimarães.

Ao final do seminário, um momento de surpresa para o público com o recital de poesias de estudantes do distrito de Guaibim. Poemas de Ferreira Gullart e Cecília Meireles foram alguns dos declamados com paixão pelas crianças, que agradeceram e falaram de suas experiências na escola.

"Estes meninos são exemplo de como a leitura pode transformar e o projeto que desenvolvemos em Guaibim (Leitura: A arte de Transformar) reflete isso. É fruto de um trabalho em parceria com família, alunos e professores", disse a professora Dulcimar dos Santos, que trouxe para a jornada cerca de 20 crianças.