No Dia Internacional da Animação (domingo, 28), terá início a segunda edição da Quinzena Animada, com diversos eventos, incluindo mostras de filmes nacionais do gênero, palestras e oficinas, que se prolongam até 10 de novembro. A iniciativa é da produtora Cândida-Luz Liberato, em parceria com a Diretoria de Artes Visuais e Multimeios (Dimas), da Fundação Cultural do Estado da Bahia, e o Grupo Baiano de Animação AU.
A Sala Walter da Silveira vai exibir, no domingo, às 19h, a mostra “Os Melhores do Brasil”, inaugurando a maratona criativa da Quinzena Animada. No dia seguinte, as exibições acontecerão na Sala Alexandre Robatto. Na sala de cursos da Dimas, serão realizadas, gratuitamente, oficinas de criação, com experientes profissionais da área. As inscrições podem ser feitas até o dia 29, das 14 às 17h, na Dimas, ou pelo site www.quinzenanimada.com.br. Como resultado prático das oficinas, deverão ser realizados 10 filmes de 10 segundos, para exibição pela TVE.
O canadense Daniel Schorr vai ministrar uma oficina de animação em papel, com uso de recorte, textura e transparência sobre mesa de luz, para 40 pessoas, intitulada Oficina do Canadá. Wilson Lazaretti e Maurício Squarisi, fundadores do Núcleo de Cinema de Animação de Campinas (SP), realizarão junto com animador baiano, Chico Liberato, a oficina Maratona Animada na Bahia, com o tema do Natal, acolhendo 100 participantes, no Pelourinho.
A Oficina Bacana de Clementino, ministrada para 30 pessoas, por Rafael Ferreira, animador carioca radicado em Fortaleza, vai usar a técnica de pixilation, em que serão animadas pessoas ao vivo. O filme resultante desta oficina, drops de 10 segundos, será exibido na TVE Bahia.

Técnica laboratorial

O cinema de animação é uma técnica laboratorial que permite não só a execução de qualquer idéia, com recursos reduzidos, como também é seminal no desenvolvimento de novas tecnologias cinematográficas. Os profissionais que nessa área se desenvolvem têm atuação de destaque no cinema de live action.
A Bahia teve presença marcante na produção audiovisual brasileira, sendo, na década de 80, o berço de realização do Boi Aruá, um dos 19 filmes brasileiros de longa-metragem nessa técnica, em toda a história do cinema no Brasil. “Desde então, o que se tem feito nessa área tem sido resultado de atos isolados e heróicos, que, conseqüentemente, pouco contribuíram para o fomento dessa técnica em nosso Estado”, comenta o curador e coordenador-geral da Quinzena Animada, Francisco Liberato.
No ano passado, houve uma mostra de vários filmes exibidos no Festival Anima Mundi, coroada com uma homenagem a um dos seus fundadores Marcos Magalhães. Realizou-se uma oficina de story board, com Arnaldo Galvão e participação de 30 pessoas durante quatro dias. A outra, com Maurício Squarizi, usando o programa Axa Team, contou com participação de 38 pessoas, durante cinco dias, resultando em um filme coletivo, de 3 minutos. Este ano, o projeto está sendo realizado com recursos do Fundo de Cultura da Bahia.