O índio pataxó Jackson da Silva Macial, 21 anos, finalmente vai ficar perto de casa. Ele foi internado na UTI da Santa Casa de Misericórdia de Vitória, Espírito Santo, em setembro do ano passado, quando ficou tetraplégico em conseqüência de uma fratura na coluna cervical após um mergulho, porque no Sul da Bahia não havia serviço de UTI para acolhê-lo. Com a inauguração da Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Municipal de Teixeira de Freitas, dia 19 deste mês, os pacientes no extremo sul não precisarão mais recorrer a esse serviço na capital ou em outros estados.
Jackson foi embarcado hoje (26), em Vitória, no final da manhã, em avião cedido pelo Governo do Estado, e já está internado em Teixeira de Freitas, onde chegou às 13 horas, sendo encaminhado para a UTI do Hospital Municipal. O rapaz é natural de Barra Velha, distrito de Prado, no extremo-sul, e viajou de volta para a Bahia acompanhado de uma equipe composta de médico e enfermeiros da Central de Regulação da Sesab.
O avião do Governo do Estado foi dotado de todas as condições para seu transporte, mas seu uso para esta finalidade é extemporâneo, como explicam a diretora da Central de Regulação, Conceição Benigno, e a coordenadora, Elizabeth França. A Secretaria da Saúde do Estado da Bahia já lançou edital para aquisição do serviço de translado aéreo para viabilizar a assistência em casos como o do índio.
A transferência do índio Jackson para o Hospital de Teixeira de Freitas tem um significado maior, como explica o secretário da Saúde, Jorge Solla, porque representa a importância de se fortalecer os pólos regionais a fim de garantir uma assistência à saúde de melhor qualidade. O secretário explicou ainda que o extremo-sul foi agraciado com maior volume de recursos para a saúde em 2007: "O governo do estado negociou com o Ministério da Saúde um aporte de R$ 2,5 milhões a mais para a região".
Teixeira de Freitas foi escolhida como município pólo de referência em saúde para a macrorregião do extremo-sul durante uma reunião da Comissão Intergestores Bipartite (estado e municípios) no último dia 20, na qual foi discutido o plano diretor de regionalização da saúde. Isso significa que a oferta de serviços de alta complexidade para toda a região estará concentrada lá, como os procedimentos de radioterapia, quimioterapia, hemodiálise, neurocirurgia, hemodinâmica e UTI.