O Grupo de Trabalho (GT) criado pelo Governo do Estado para acompanhar, na Bahia, as ações do Governo Federal, na Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, referentes à sustentabilidade hídrica, saneamento ambiental e acesso à água, realiza, na segunda-feira (5), a primeira visita técnica em cidades às margens do Velho Chico.

O objetivo é estabelecer diálogo com os atores sociais, comunidades tradicionais, quilombolas, indígenas e ribeirinhos para elaboração de um Plano Estadual de Revitalização da Bacia do São Francisco, que venha contribuir com o processo de revitalização iniciado pelo governo federal.

A visita começa nas cidades de Sobradinho e Casa Nova. Em Sobradinho, o GT visitará comunidades indígenas e participa de uma audiência pública sobre a revitalização, na Câmara Municipal da cidade. Em Casa Nova, serão visitadas comunidades de fundo de pasto e a indústria Miolo, e setores da igreja católica, quando deverão ser abordadas experiências de convivência com o semi-árido.

Na terça-feira, o GT do São Francisco seguirá para Remanso e Sento Sé. O grupo deverá atravessar o Lago de Sobradinho, juntamente com técnicos da Chesf e da Codevasf. A visita terminará com audiências públicas nas Câmaras Municipais de Remanso e Santo Sé.

Essa deverá ser a primeira de uma série de visitas técnicas que o GT pretende realizar na bacia. No último mês de setembro, o GT promoveu, em Salvador, o Seminário Olhares sobre a Revitalização da Bacia do São Francisco, no auditório do Tribunal Regional Eleitoral, no CAB, com o propósito de estreitar o diálogo com os diversos atores envolvidos nas ações de revitalização na bacia.

No evento, o governo do Estado da Bahia, anunciou a liberação de recursos da ordem de R$ 5 milhões para investimentos, ainda este ano, para ações de revitalização do rio. O coordenador do GT e diretor-geral da Superintendência de Recursos Hídricos (SRH), Julio Rocha, explicou que dos recursos do estado destinados à revitalização da Bacia do São Francisco, R$ 2 milhões são da Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh). O valor será destinado às ações de desenvolvimento sustentável nos recursos hídricos da bacia, apoio às comunidades tradicionais locais e Comitês de Bacias por meio do Fundo Estadual de Recursos Hídricos.

Rocha afirmou que a SRH, autarquia do Sistema Semarh, irá destinar, do orçamento próprio, R$ 1,5 milhão para o monitoramento da qualidade das águas da Bacia do São Francisco. “O monitoramento é fundamental para saber como estão as águas superficiais dos rios tributários do São Francisco e das águas subterrâneas também responsáveis pelo abastecimento da calha principal do rio”, atestou.

Outras secretarias disponibilizarão R$ 1,2 milhão para o desenvolvimento dos Planos de Bacia Hidrográfica e do Plano Estadual de Recursos Hídricos, que serão repassados ao Fundo Estadual de Recursos Hídricos. O plano contém um diagnóstico de toda a bacia, incluindo a quantidade de usuários da água e os usos que são feitos das águas da bacia, além de estabelecer diretrizes sobre as intervenções a serem feitas nos recursos hídricos no Estado e na bacia. Segundo Rocha, o plano deve traduzir os anseios e desafios da sociedade atuante na bacia ou na região hidrográfica.