A arte da performance em Salvador é o tema da exposição proposta pelo artista visual José Mário Peixoto, Zmário. Durante mais de dois anos, o mestre em História da Arte pesquisou artistas e grupos baianos que desenvolveram a performance art desde a década de 1970 até a atualidade.

A mostra, composta de registros fotográficos e textuais, será aberta terça-feira (11), às 19h, no foyer do Espaço Xisto Bahia. Na ocasião, Zmário apresenta a obra “Com a performance na ponta da língua, no céu da boca, na boca inteira”, criando um ambiente propício à apreciação do tema. A exposição fica aberta à visitação de 12 a 21 deste Mês, das 8 às 22h.

A performance surge como gênero entre os artistas visuais, cênicos, músicos e literatos nos anos 1960 e 1970. Segundo Zmário, esse tipo de expressão aparece na cena artística como uma forma de negação ao mercado de arte, contestando o discurso sacralizador, e valorizando a criatividade e liberdade de criação, em detrimento da técnica e do virtuosismo. “As performances caracterizaram-se por elementos ‘emprestados’ das demais linguagens artísticas, sendo por natureza uma arte multidisciplinar”, explica.

Na dissertação apresentada em maio de 2007 ao Programa de Pós-Graduação da Escola de Belas Artes da UFBA (Os artistas plásticos e a performance na cidade de Salvador: um percurso histórico-performático), o pesquisador e performer apresenta um histórico desse gênero no contexto baiano, falando de experiências realizadas por Sônia Rangel e Grupo Etsedron (1970), Ayrson Heráclito e Jayme Figura (1980), Marcondes Dourado, Grupo Bardo, Ieda Oliveira, Cíntia Tosta e Ciane Fernandes (1990), além dos contemporâneos, como Tuti Minervino e Rose Boarêtto.