Um público estimado em duas mil pessoas. Essa é a expectativa dos organizadores da III Feira Baiana de Economia Solidária e Agricultura Familiar, que acontecerá de amanhã (13) a domingo (16), no Jardim dos Namorados, em Salvador. Além de um espaço para comercialização, o evento será um ambiente de troca de saber, articulação entre os grupos e formação de redes. São indígenas, quilombolas e grupos produtivos que se reúnem com o propósito de discutir e deliberar sobre o movimento e as políticas públicas direcionadas à economia solidária.

A Secretaria do Trabalho Emprego, Renda e Esporte (Setre), por meio a Superintendência de Economia Solidária (Sesol), é um dos parceiros da feira promovida pelo Fórum Brasileiro de Economia Solidária. Também apoiam, as secretarias de Desenvolvimento e Integração Regional (Sedir), de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) e de Cultura (Secult), os ministérios do Desenvolvimento Agrário e do Trabalho e Emprego, Secretaria Nacional de Economia Solidária (Senaes), Sebrae; Fundação Banco do Brasil, Banco do Nordeste, entre outras instituições.

A feira funciona também como um espaço deliberativo e político. Na anterior, em dezembro de 2006, o Fórum Baiano de Economia Solidária entregou uma carta ao então governador eleito Jaques Wagner, propondo a criação da Superintendência de Economia Solidária, que logo atendeu a solicitação.

As feiras anteriores se destacaram pelas práticas que fazem parte do universo do movimento de Economia Solidária – troca de experiências, clube de trocas (utilizando moeda social e permuta de mercadorias), apresentação de cultura popular, por quilombolas e indígenas, além de atrações como samba-de-roda e repente. O movimento se propõe a fazer uma feira limpa, com a prática de coleta seletiva e o mínimo descarte de resíduos.

Cooperativas

A Cooperativa Múltipla Fontes (Coofe), a Colibris e a Coopertani, de Salvador, estão entre os cerca de 300 empreendimentos dos 26 territórios de identidade da Bahia que participam da edição 2007 da feira. A Coofe foi criada há sete anos, quando moradores do bairro de Engomadeira se reuniram para formar uma cooperativa. No início eram 62 pessoas. Dessas, sete apostaram e concretizaram o sonho.

Hoje a Coofe, que resulta da parceria entre o grupo de moradores e o programa Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares (ITCP), é uma realidade. “Produzimos todos os tipos de pães, desde o tradicional pão francês a itens mais sofisticados, como o panetone”, conta Janice Vieira, uma das fundadoras. A cooperativa possui 11 cooperados e há dois anos funciona em um espaço maior na Rua Direta de Engomadeira.

Confecção de roupas, calçados, artesanato e instrumentos musicais são produzidos pela Colibris, cooperativa instalada no Bairro da Paz há quase três anos. Fazem parte da cooperativa, 47 pessoas, na maioria mulheres. “O nosso carro-chefe são as sandálias”, conta Djalma dos Santos, um dos cooperados. A Coopertani funciona em Tancredo Neves e trabalha com reciclagem de papel, produzindo caixas para embalar presentes, agendas e bloquinhos de anotação.