Em menos de dez dias, a Polícia Civil elucidou o duplo assassinato ocorrido no último dia 15, na localidade conhecida como “Fonte da Bica”, no Arraial do Retiro, tendo como vítimas, o advogado e professor universitário, José Nílton Silva Oliveira, 53 anos, e a estudante de Direito Edjane Bastos de Santana, 32 anos.

Na presença do secretário da Segurança Pública, César Nunes, a delegada Christiane Inocência Xavier, da Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos (DRFRV), apresentou à imprensa, nesta segunda-feira (25), na sede da Polícia Civil, na Piedade, as cinco pessoas envolvidas no crime, incluindo o mandante, o advogado Geraldo Rios de Oliveira, 58 anos.

O motivo do duplo assassinato teria sido uma desavença entre os advogados, por conta de um desfalque ocorrido no Condomínio Holding Empresarial, localizado na Avenida Tancredo Neves, onde ambos tinham escritório. No primeiro momento se cogitou crime por motivação passional ou latrocínio (matar para roubar). O advogado e a estudantes foram mortos a tiros, no interior do automóvel modelo Suzuki, cor azul, placa JNS-1377, licença de Salvador.

Segundo a delegada, o ponto de partida para a elucidação do crime foi a prisão em flagrante de Edmário de Jesus Silva, o “Nenzinho”, e Adeládio Adriano Santos Cruz, 40 anos, o “Budai”. O primeiro, por porte ilegal de arma, e o segundo, tráfico de drogas.

Interrogados na presença da promotora Armênia Cristina Santos, da 1ª Vara do Tribunal do Júri, eles confessaram ser os executores do duplo homicídio pelo qual receberam R$ 2.100. No final da tarde, após apresentação, Geraldo Rios confessou ter mandado matar José Nilton e a estagiária.

Outros dois envolvidos – Luiz Cláudio Capinam Carlos, 34 anos, e Wilton Carvalho, o “Repolho”, de 35, apontados como intermediários na contratação dos pistoleiros – já estão com prisão temporária decretada pelo juiz corregedor João Batista de Alcântara Filho.

Agilidade

O secretário César Nunes elogiou a Polícia Civil “pela demonstração de profissionalismo” e a agilidade do Judiciário e do Ministério Público no atendimento às representações requeridas pelos delegados”, observando que, “sem isso, não seria possível cumprir tal missão como a lei exige”.

A delegada informou que a arma usada no crime (uma pistola calibre 380) foi fornecida pelo próprio mandante, segundo os executores do crime, que a devolveram ao dono após o assassinato. As investigações revelam que as desavenças entre os advogados, ex-síndicos do prédio, ficaram mais acirradas quando Geraldo e José Nilton começaram a discutir na Justiça sobre desvio de recursos do condomínio e indenização por danos morais.

Além da confissão de Geraldo, a polícia conta com outras provas suficientes para indiciar, em inquérito por duplo homicídio qualificado, todo o grupo. A delegada explicou que os criminosos levaram alguns pertences das vítimas (inclusive os telefones celulares, apreendidos, posteriormente, em poder deles), para que a polícia imaginasse que se tratava de um latrocínio.