Garantir inclusão social a egressos do sistema prisional. Com esse objetivo, a Secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (SJCDH), por meio da Coordenação de Estudo e Desenvolvimento da Ação Penal, pretende unificar os projetos de geração de emprego e renda, empreendedorismo e inclusão digital.

A intenção é integrar as ações do programa “Liberdade e Cidadania”, desenvolvido em parceria com a Fundação Dom Avelar Brandão Vilela, com as do Comitê para Democratização da Informação (CDI), implantando as Escolas de Informação e Cidadania (EIC) e a Incubadora de Empreendimentos para Egressos – projeto desenvolvido pelo Centro de Integração Social e Cultural (Cisc) do Rio de Janeiro.

Inicialmente, o projeto piloto será implantado com os egressos que atualmente são assistidos pelo “Liberdade e Cidadania”, cuja função é incentivar e facilitar o acesso de ex-internos e dos que se encontram sob regime de liberdade condicional ao mercado formal de trabalho. A parceria com a Cisc e o CDI permitirá que estas pessoas adquiram conhecimento sobre empreendedorismo e informática.

“É uma oportunidade de formação, capacitação e trabalho para egressos”, enfatiza a coordenadora do Cedegep, Eliana Almeida, explicando que a pretensão é resgatar o perfil do egresso, sua capacidade de empreender e gerir.

Também serão aproveitadas as idéias do projeto “Economia Solidária”, desenvolvido pela Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), que integra as ações de microcrédito, finanças solidárias, incubação de cooperativas populares e outras formas de parceria com o movimento social da economia solidária.

Além de egressos, os internos da Penitenciária Lemos Brito (PLB), da Colônia Lafayete Coutinho (CLC) e do Conjunto Penal Feminino aprenderam como funcionam os projetos empreendedores, como administrar um negócio e como transformar uma idéia em realidade.

“A nossa proposta não é ensinar a ninguém como concertar uma parede e sim mostrar como agarrar as chances que surgem”, disse Ronaldo Monteiro, presidente do Cisc, que, na semana passada, participou do seminário “Empreendedorismo para egressos”. Segundo ele, o projeto visa trazer oportunidades para os que estão dispostos a utilizar suas habilidades na montagem de um negócio.

Alguns internos da PLB já desenvolvem, com o apoio da SJCDH, atividades laborativas. Bolsas, cadeiras, camas e carrinhos de café são alguns dos produtos feitos por eles e vendidos na própria penitenciária. A expectativa é de que as idéias do Cisc possam levar os internos a criar uma incubadora a partir do que já é desenvolvido na unidade prisional.