O saldo de 810 postos no mercado de trabalho formal, registrado em fevereiro, fez o nível de emprego com carteira assinada na Bahia acumular 3.524 novas vagas este ano. Foram 43.998 admissões e 43.188 desligamentos ao longo do mês. A performance de crescimento do emprego no estado continua bastante expressiva no contexto regional. O conjunto da região Nordeste eliminou 14.719 postos de trabalho em fevereiro.

As informações são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), do Ministério do Trabalho e Emprego, analisadas pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia da Secretaria do Planejamento.

Dos nove estados nordestinos, apenas Maranhão, Piauí, Sergipe e Bahia contrataram mais que demitiram no mês. O desempenho de grande parte dos estados do Nordeste tem relação direta com os fatores sazonais do complexo sucroalcooleiro. O desempenho da Bahia, que teve crescimento de 0,07 foi bastante inferior ao da média nacional, cuja expansão do nível de emprego foi de 0,70%.

Em termos espaciais, a Região Metropolitana de Salvador (RMS) foi responsável pela criação de 1.241 vagas, enquanto o interior do estado eliminou 431 postos de trabalho. “O desempenho este mês na RMS foi capitaneado pela Construção Civil (925 novos empregos), seguido pelo Comércio (366 vagas) e pela Administração Pública (saldo de 197 contratações). No interior, a Agropecuária colaborou para o resultado negativo com a eliminação de 519 postos de trabalho”, destaca o economista José Ribeiro Soares Guimarães, diretor de Pesquisas da SEI.

A Construção Civil foi o destaque entre os setores de atividade, responsável pelo surgimento de 1.508 novos empregos. Em seguida, o Comércio abriu 708 postos e a Administração Pública, 225 vagas. A Indústria de Transformação eliminou 227 empregos, com destaque para os subsetores de madeira e mobiliário (-130 postos) e borracha, fumo e couros (-139 postos).

O setor de Serviços também teve desempenho negativo, eliminando 764 empregos. O resultado foi bastante influenciado pela performance negativa do subsetor de alojamento, alimentação, reparação e manutenção, que eliminou 1.016 empregos. “É importante frisar que este desempenho foi bastante influenciado pelo término precoce do ciclo das festas de Verão, em função da realização do Carnaval na primeira semana de fevereiro, o que afetou o turismo e os serviços. Em 2007, a Bahia tinha criado 1.290 novos empregos no setor de Serviços em fevereiro, sendo 363 no subsetor de alojamento, alimentação, reparação e manutenção”, explica José Ribeiro.

Destaque

Nos meses de janeiro e fevereiro deste ano, foram acumulados 3.524 novos empregos com carteira de trabalho assinada na Bahia, o correspondente a um incremento de 0,29%. “Embora a expansão esteja abaixo da média nacional, que foi de 1,20%, o resultado é bastante favorável no âmbito regional”, diz o economista José Ribeiro, da SEI. No conjunto da região Nordeste, ocorreu contração do nível de emprego (-0,51%), com a eliminação de 21.732 empregos nos dois primeiros meses de 2008.

A Construção Civil vem sendo o carro-chefe da geração de empregos em 2008, com expansão de 3,34% no nível de emprego. O setor respondeu por 3.072 do conjunto de 3.524 empregos criados nos dois primeiros meses do ano, o equivalente a 87,2% do total.

O desempenho no setor é reflexo dos investimentos públicos em infra-estrutura, com destaque para as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) nas áreas de saneamento, habitação e infra-estrutura logística, além de inversões do setor privado na implantação ou ampliação de empreendimentos.

O Comércio acumula 862 vagas no ano de 2008, a Indústria de Transformação 414 postos, a Administração Pública 225 empregos, a Agropecuária 154 e a Extrativa Mineral 54 postos. O setor de Serviços, tradicionalmente o maior responsável pela abertura de postos de trabalho, acumula perdas no ano (-1.270 vagas).