A redução da zona tampão de controle da febre aftosa, ampliando em cerca de 10% o total de rebanho bovino em áreas de zona livre da doença foi discutida, nesta segunda-feira (24), durante a instalação do Conselho Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia (Conagro).

A zona tampão é formada por oito municípios na divisa da Bahia com Piauí e Pernambuco, que ainda enfrentam riscos de surtos da aftosa. Esses municípios possuem um rebanho que, por estar nesta zona, é vendido a preços menores em suas regiões de origem e não pode ser comercializado na Bahia e em outros estados.

O diretor geral da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), Altair Santana, explicou que uma equipe do Ministério da Agricultura visitou a área onde está incluída a zona tampão e “considerou viável a proposta de redução, a partir da execução de algumas ações de controle”. Entre essas ações estão a contratação de médicos veterinários, aprimoramento e manutenção e adoção de novas estruturas de controle, programas de educação sanitária continuada, treinamento de grupos de emergência, intensificação da cobertura vacinal, fiscalizações volantes intensivas e recadastramento de todos os produtores rurais.

“A redução dos limites da zona tampão trará benefícios para uma região que tem a pecuária como um dos pilares da economia”, afirmou o secretário de Agricultura Geraldo Simões, destacando que o Governo do Estado vem criando todas as condições para a reestruturação da Adab, com a aquisição de 70 carros e 36 motos para trabalhos de campo, modernização administrativa com informatização dos escritórios e contratação de novos servidores. “A diminuição da zona tampão, que funciona como uma espécie de filtro entre as áreas de risco e a zona livre de aftosa, é uma reivindicação da Associação dos Criadores do Oeste da Bahia (Acrioeste), que se propõe a atuar como parceira na adoção das medidas sugeridas pelo Ministério da Agricultura”, disse Santana.

Defesa agropecuária

O Conselho Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia (Conagro), presidido por Geraldo Simões, conta com a participação de dirigentes da Seagri, Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Adab, EBDA, Secretaria Estadual de Planejamento, Conselho Regional de Medicina Veterinária e Federação da Agricultura do Estado da Bahia. O conselho tem como principais atribuições, definir sistemas e políticas públicas e referendar o plano anual e o orçamento da Adab, analisar e sugerir projetos e programas de desenvolvimento econômico e social, e estabelecer diretrizes visando orientar o poder público estadual na área de defesa agropecuária.

A Adab desenvolve, atualmente, doze programas de defesa animal e oito programas de defesa vegetal, contando com 41 barreiras sanitárias fixas e 13 móveis. “A reestruturação dessas barreiras vai tornar o processo de fiscalização mais ágil e eficiente, garantindo não apenas a qualidade da produção estadual, como evitando a introdução de doenças que podem trazer prejuízos ao setor agropecuário baiano”, explica o diretor.

Segundo ele, essa é uma etapa para incluir a Bahia como zona livre da febre aftosa sem a necessidade de vacinação, abrindo novos mercados para a carne produzida no estado, que poderá se tornar mais competitiva no Brasil e alcançar o mercado externo. A Bahia possui um rebanho de 11 milhões e 300 mil bovinos e bubalinos.