O medicamento Tacrolimus, um imunossupressor fabricado pelo Laboratório Industrial Farmacêutico de Alagoas (Lifal) utilizado por pacientes transplantados, é um dos remédios que compõe a lista dos medicamentos essenciais distribuídos pelo estado. Diante da polêmica em torno da utilização do remédio, que teve sua eficácia questionada por alguns pacientes, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), atesta a validade do medicamento.

“O sistema nacional de farmacovigilância acompanha todos os medicamentos do mercado e portanto, não há evidências de problemas com o remédio”, garantiu o diretor adjunto da presidência da Anvisa, Norberto Rech. Segundo ele, a agência concede ou não a aprovação dos registros dos remédios, que são baseados em estudos clínicos e comprovação da atividade terapêutica dos medicamentos.

A partir desse resultado, os medicamentos passam por uma avaliação feita por técnicos da instituição, e uma vez concedido o registro do remédio, ele pode ser avaliado para inclusão ou não no processo de seleção das listas de medicamentos considerados essenciais. Norberto assegurou ainda que o Tacrolimus é utilizado em 10 estados nos programas de distribuição de medicamentos para pacientes transplantados e tem registro válido até junho de 2008 com renovação prevista para janeiro de 2009.

Em hospitais como o Manoel Vitorino, onde o medicamento é distribuído, os funcionários estão explicando aos pacientes, que o remédio tem eficácia e validade comprovadas pela Anvisa, esclareceu a farmacêutica responsável pelo hospital, Rosemeire Fernandes.

“Nós recebemos ligações de pacientes questionando a validação do medicamento e o seu princípio ativo, então solicitei o certificado que deixa bem claro que o medicamento está liberado pela Anvisa”, explicou Rosemeire. A farmacêutica também afirmou que até o momento não recebeu nenhum paciente alegando a comprovação de ineficiência do remédio.

Essas e outras orientações estão sendo apresentadas no 3º Seminário Estadual de Assistência Farmacêutica, realizado de 14 a 18 de abril na Fundação Luiz Eduardo Magalhães, com a participação de profissionais do setor como médicos, enfermeiros e farmacêuticos, além de representantes da área acadêmica e da sociedade civil.

Realizado pela Diretoria de Assistência Farmacêutica da Sesab, o evento é o ponto de partida para a atualização da relação estadual de medicamentos essenciais que são distribuídos pela Secretaria de Saúde do Estado (Sesab), que deve ficar pronta em cerca de sete meses. Serão apresentadas nos cinco dias de seminário, seis oficinas com temas relacionados à saúde no estado. A meta é aumentar a cobertura das principais patologias que atingem a população baiana para melhorar a qualidade de vida dos pacientes e reduzir a mortalidade relacionada a doenças tradicionais como hipertensão arterial e diabetes.

“Nós estamos incorporando à lista aqueles medicamentos que concretamente tem eficácia e segurança garantida através de eficiência científica contra doenças tradicionais como hipertensão e diabetes”, afirmou o diretor de Assistência Farmacêutica da Sesab, Lindemberg Assunção.

De acordo com Lindemberg, a lista de medicamentos essenciais do estado não é atualizada desde 2002 e a recomendação da Anvisa é que a atualização seja feita a cada dois anos. A partir da lista estadual, que é baseada na Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME), divulgada pelo Ministério da Saúde, cada município prepara a sua própria lista, de acordo com as necessidades da população local.

Em 2006, foram gastos R$4.418,00 na compra de medicamentos essenciais no estado, já em 2007, foram gastos cerca de R$13 milhões, e este ano já está prevista a verba de mais de R$25 milhões para a compra dos medicamentos.

No próximo dia 9 de maio será realizada a Caminhada Para Promoção do Uso Racional de Medicamentos, que sairá do Farol da Barra, em comemoração ao dia nacional do uso racional de medicamentos, celebrado no dia 5 de maio.