Após um período de apenas ano de recuperação financeira e reestruturação da empresa, a Ebal se prepara para ser atacadista e ter lojas da cesta do povo credenciadas em toda a Bahia. As informações foram divulgadas nesta terça-feira (22), pela diretoria da empresa, durante coletiva à imprensa.

Com cópias da síntese do balanço financeiro do exercício de 2007 e do resultado de abril de 2007 (quando foi iniciada a revitalização) até março de 2008, o diretor Reub Celestino explicou que os números comprovam que a nova Ebal é viável e tem futuro.

A Ebal atacadista já foi aprovada pelo conselho administrativo e em breve deve entrar em operação, com o suporte logístico das cinco centrais de distribuição em Salvador, Feira de Santana, Vitória da Conquista, Senhor do Bonfim e Buerarema.

As grandes lojas, como a Ogunjá em Salvador, também poderão abrigar estoques para venda no atacado. “A medida tem como meta beneficiar o pequeno comerciante, porque venderemos para ele produtos com preço menor ,em função da redução de 7% do Imposto sobre Circulação de Mercadoria (ICMS)”, explica Reub.

O modelo da rede credenciada de lojas da Cesta do Povo está em elaboração, mas já se sabe que o credenciamento vai ser rigoroso, com técnica e sem apadrinhamento. Comerciantes interessados vão se inscrever na Ebal, passar por uma seleção e, se aprovados, terão direito ao uso da marca, marketing, logística e know how da Cesta do Povo.

“Mas o negócio é de responsabilidade dele, inclusive adaptação do espaço para o layout próprio da marca, administração do imóvel e de pessoal”, detalhou o diretor. Ele enfatizou que os produtos vendidos nas credenciadas terão de ser comprados da Ebal e os preços terão de ser os mesmos cobrados nas lojas próprias.

As lojas piloto, inicialmente entre 10 e 30 unidades, deverão ser abertas ainda no segundo semestre e passarão por um período de avaliação de dois meses. A intenção do projeto é aumentar a capilaridade da rede por toda a Bahia, atualmente com 271 lojas (56 em Salvador e região metropolitana e 215 no interior), além de atuar como regulador de mercado, um dos papéis históricos da Ebal. “Queremos puxar os preços do setor privado para baixo e não concorrer com os pequenos comerciantes”, ponderou Reub.

Outra nova medida anunciada foi a recuperação física e estrutural dos seis mercados e das Centrais de Abastecimento (Ceasas) de Simões Filho, Ogunjá e Rio Vermelho.

Em relação aos produtos oferecidos ao consumidor, além do aumento da oferta dos atuais 1.400 itens para 3.500 itens, até dezembro, e para 5.000 em março de 2009, foi confirmada a venda, nas lojas, da cesta básica de 12 itens a preço de custo, em torno de R$ 18, e do cestão de 40 kg com itens variados de alimentação, higiene, limpeza e perfumaria a um custo 30% inferior ao cobrado no mercado baiano. “Nosso cestão deve ficar entre R$85 e R$ 95 reais, enquanto no mercado cobra-se algo entre R$ 130, R$ 140 reais”, comparou Reub.

Aproximadamente 80% da dívida da Ebal com fornecedores está equacionada, o faturamento acumulado de abril de 2007 a março de 2008 é de R$ 274 milhões e a produtividade interna alcançou 60%, o equivalente a R$ 14 mil mensais por funcionário.

Desde novembro do ano passado, a empresa vem trabalhando no azul, fatores que fizeram a nova diretoria repensar programas como o Nossa Sopa, que produz diariamente um milhão e meio de pratos de sopa por dia a um custo de R$ 0,64. A partir do próximo mês, a sopa será oferecida às instituições na forma de pó, com quatro sabores diferentes, a um custo de R$0,13 centavos o prato.

Mais economia

A nova forma de gestão da Ebal implantou modelos inéditos de redução de despesas operacionais, em torno de 31% menos gastos de janeiro a dezembro de 2007, e prevê mais 10% de economia com o corte de despesas com a burocracia na sede da empresa, no Vale do Ogunjá.

Em um ano, os custos com publicidade e propaganda caíram 89%. Despesas com material de revelação e reprodução foram reduzidas em 466% e aluguel de veículos, 285%. Houve cortes também nos gastos com energia, telefone, combustível e com material de expediente. “Consolidada a recuperação, vamos em busca da auto-sustentabilidade”, finalizou o diretor geral.