O Governo do Estado e a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) representados, respectivamente, pelo governador Jaques Wagner e por Vincent Defourny, assinaram, nesta terça-feira (22), na governadoria, um convênio no valor de R$ 1.461 milhão para a capacitação de equipes da Secretaria da Cultura (Secult) que vão trabalhar no desenvolvimento de projetos para a reabilitação, preservação e valorização do Centro Antigo de Salvador, incluído o Centro Histórico.

A primeira ação resultante do documento será a realização de uma oficina para levantamento dos indicadores de potenciais da área. Toda a parceria é baseada numa concepção de estratégia de desenvolvimento relacionada com a cultura, envolvendo todos os atores interessados, como moradores, comerciantes, agentes de turismo e poder público.

O representante da Unesco no Brasil destacou que essa é a primeira experiência de contribuição mais sistemática entre a Unesco e o governo da Bahia numa ação continuada de formação. “Patrimônio cultural e histórico são para a Unesco mais que valores estéticos. É preciso preservar também a dinâmica social envolvida em seu entorno”, esclareceu Defourny.

De acordo com o secretário da Cultura, Márcio Meireles, o convênio vai ajudar a repensar e replanejar o Centro Antigo como um todo e “não como uma ilha, um shopping a céu aberto, mas como um território auto-sustentável e vivo”.

Além dos secretários de estado, parlamentares e assessores técnicos que comumente participam dessas solenidades, uma das convidadas era Jussara Santana, integrante da associação cultural Aspiral do Reggae e moradora do Pelourinho há 28 anos.
“Minha expectativa é de que quem mora lá, seja ouvido. Pensar no Centro Histórico só para o turismo, sem os moradores, não é viável”, afirmou ela, lembrando que agora se sente mais segura quanto à sua moradia, antes ameaçada por quem queria fazer uma assepsia no Pelô.

Jaques Wagner defendeu o equilíbrio entre preservação e destinação econômica dos sítios históricos, priorizando sempre o diálogo e a convivência com os moradores: “Só assim teremos uma solução eficiente e duradoura para o Centro Antigo de Salvador”, enfatizou.