A parceria arte-educação é a estratégia que o Corpo de Bombeiros está utilizando para conscientizar as crianças de Salvador da importância do combate à dengue. Estreou nesta terça-feira (7), na Escola Municipal Risoleta Neves, em Saramandaia, uma peça de teatro de bonecos de mão – fantoches que, ao mesmo tempo em divertia cerca de 100 alunos entre 8 e 13 anos, levou a elas informações importantes das formas de contaminação da doença e da reprodução do seu vetor, o mosquito Aedes aegypt.

O aluno Talisson Ruan, de apenas sete anos, está na segunda série e saiu da apresentação com as informações na ponta da língua. “Não podemos deixar juntar água em copos e latas vazias, nem em garrafas. Vasos de plantas não podem ter pratinhos embaixo. Senão, dá mosquito, que pica a gente e deixa doente”, conta o garoto.

Já Paloma Sena, nove anos, também já sabe o que tem que fazer. “Agora, vou chegar em casa e contar para minha mãe”.

Para a gerente do Programa Saúde da Família em Saramandaia, Mariana Carvalho, o trabalho é importante devido ao tamanho da comunidade, onde já foram registrados casos da doença. Segundo ela, somente no posto são atendidas 29,4 mil famílias.

“Não adianta somente o governo e os médicos trabalharem se essas pessoas todas não fizerem a sua parte. Este trabalho sensibiliza a comunidade e humaniza o combate à dengue”, afirma Mariana.

“Esta linguagem do teatro é específica para crianças, que entendem melhor quando você trabalha com o lúdico, com a brincadeira, com a risada”, explica o major do Corpo de Bombeiros Júlio Silva. Ele afirma que a arte leva um assunto grave a ser entendido. “Isso acaba transformando todo o ambiente”, ressalta.

Na Bahia, de janeiro a 18 de abril de 2008 foram registrados 16 mil casos da doença, sendo 208 em Salvador, 22 de dengue hemorrágica. O maior número de casos foi no distrito sanitário do Cabula, seguido de Itapuã, Brotas, Barra-Rio Vermelho e Subúrbio Ferroviário.