Um projeto de lei nacional para controlar os gastos públicos estaduais deve sair no 2º Encontro do Conselho Nacional dos Órgãos de Controle dos Estados Brasileiros e Distrito Federal, que está sendo realizado até terça-feira (13) no Salvador Praia Hotel, em Ondina.

Participam do evento os principais representantes dos órgãos de controle interno de mais de 20 estados brasileiros para discutir o tema O Controle Interno e o Fortalecimento da Democracia. O encontro é uma parceria entre o Conselho Nacional dos Órgãos de Controle Interno dos Estados Brasileiros e do Distrito Federal (CNCI) e da Secretaria da Fazenda (Sefaz), por meio da Auditoria Geral do Estado (AGE).

Para a presidente do CNCI e auditora-geral de Minas Gerais, Maria Celeste Guimarães, é importante que o evento esteja sendo realizado em Salvador. Ela disse que a Controladoria Geral do Estado (CGE) está passando por uma reformulação e há uma lei sendo discutida na Assembléia Legislativa para concretizar o que o conselho pretende.

“O exemplo da Bahia de fortalecer e dar autonomia à CGE é um exemplo vivo, um testemunho de que este é o caminho certo que os outros estados devem perseguir”, destacou. Atualmente, a Auditoria Geral do Estado está dentro da estrutura da Sefaz.

Uniformização

Segundo Maria Celeste, o projeto de lei criado durante o encontro terá como objetivo uniformizar os procedimentos na área de controladoria, o que vai resultar na redução de custos e na maior eficiência da fiscalização. Para ela, é preciso ter transparência e ética nos gastos públicos. “A Bahia está dando o seu exemplo e nós estamos aqui comemorando isso”, afirmou.

O ministro-chefe da Controladoria Geral da União (CGU), Jorge Hage Sobrinho, declarou que a Bahia está adotando uma postura de transparência e de controle das contas internas. “Venho acompanhando a história das contas públicas baianas há 40 anos e as via como uma caixa-preta”, explicou.

Hage lembrou que o governo da Bahia tem se movimentado na busca de duas coisas fundamentais: a abertura das contas públicas por meio da transparência e a construção de um sistema de controle interno. “O lançamento do portal de transparência baiano nos moldes do portal do governo federal foi um fato histórico que colocou a Bahia à frente da maioria dos estados brasileiros”, observou.

O ministro-chefe disse que a CGU está à disposição do governo da Bahia para oferecer apoio em consultoria e tecnologia, “para o estado continuar avançando em matéria de transparência”.

Transparência Bahia

Para o secretário da Fazenda, Carlos Martins, a Bahia vem avançando muito no que se refere ao controle dos gastos públicos. “Um bom exemplo da preocupação do governo estadual com o uso dos recursos públicos é o  Transparência Bahia, site que disponibiliza para a população o acesso a todas as contas do Estado. Não posso deixar de destacar também nesse processo o papel da AGE”, afirmou.

A auditora-geral do Estado, Miriam Guerreiro, ressaltou que “o controle tem que existir a cada minuto e é de competência do gestor. A AGE tem a função de acompanhar esses gastos”. Ela informou que o controle não é de competência exclusiva dos órgãos formais, mas de toda a sociedade.

Miriam Guerreiro lembrou que a AGE vem realizando um trabalho relevante, apurando problemas graves e fiscalizando grandes empresas e contratos na Ebal, na área de publicidade, na cultura. “O Estado partiu também para algo que não existia: a participação e a troca de informações com o Ministério Público”, disse.