Os artesãos que comercializam peças customizadas na Feira Reviva Parque, aos domingos no Parque Metropolitano de Pituaçu, formalizaram nesta quarta-feira (4) a criação da Associação Mãos da Bahia. A entidade vai disponibilizar mais uma alternativa de trabalho e renda para 50 pequenos empreendedores, que terão seus produtos divulgados em feiras nacionais.

A fim de atender às exigências do Serviço Nacional de Apoio ás Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) – que garante apoio na promoção e na compra de espaços em feiras pelo Brasil – a associação definiu um conjunto de cinco produtos para abastecimento permanente do mercado de costura customizada. Moda praia, vestidos e roupa esportiva, masculina e feminina.

As blusas bordadas à mão por Jordânia Ferreira Pinto estão entre os modelos que integram o conjunto de produtos que serão comercializado pela Associação Mãos da Bahia. Retalho de tecidos e pedaços de linha compõem a matéria-prima utilizada pela artesã. “Tudo é reaproveitado, não jogo nenhum pedaço de tecido fora”, conta, ao calcular que chega a passar quatro horas bordando uma blusa. “No início era só uma diversão, mas, depois que fiquei desempregada, passou a ser uma necessidade”.

Segundo a coordenadora da feira, Ana Javes, a formação da associação pretende resgatar a arte feita à mão, buscando um comércio justo e solidário. “A maioria depende dessa renda para sobreviver”, conta Javes, ao destacar que a feira tem caráter social e beneficia famílias carentes, além de estimular a população a consumir produtos ecologicamente sustentáveis.

É o caso da Associação das Comunidades Paroquiais de Mata Escura e Calabetão (Acopamec), que confecciona papel reciclado artesanal, a partir do lixo descartado por gráficas de Salvador. “A parceria com essas empresas garante a produção não só de papel, como caixas, sacolas, blocos, pastas, envelopes e outros”, explica a coordenadora de Reciclagem e Educação Ambiental da Acopamec, Alice Santos.

A representante do Sebrae, Carol Marmund, destacou a importância de proporcionar a esses empreendedores o acesso ao mercado, em condições mais justas de comercialização. “Isso assegura às cooperativas e associações a possibilidade concreta de inclusão social, geração de renda e desenvolvimento local sustentável”.