Publicada às 11h*
Atualizada às 13h*

Começam nos próximos dias as obras de infra-estrutura e urbanismo do Parque Tecnológico de Salvador – TecnoVia (www.tecnoviaparque.com.br). Com a assinatura, nesta terça-feira (17), pelo governador Jaques Wagner, da ordem de serviço para implantação do parque, serão investidos inicialmente cerca de R$ 40 milhões, com previsão de execução em 10 meses.

O empreendimento vai acomodar empresas voltadas para as áreas de ciência, tecnologia e inovação dos setores de biotecnologia, energia – principalmente a renovável – e tecnologia da informação e da comunicação.

Além das empresas, o TecnoVia vai abrigar um escritório de transferência de tecnologias, incubadoras, centros de pesquisa e desenvolvimento, laboratórios, entre outros equipamentos. A gestão do Parque Tecnológico de Salvador seguirá o modelo predominante no Brasil, por meio de uma organização social (OS), com representação dos três segmentos: governo, empresariado e academia.

“Este é o tipo de gerenciamento recomendado pelo Ministério de Ciência e Tecnologia, por ter se mostrado mais eficiente nos processos e na captação de recursos”, afirmou o secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação, Ildes Ferreira. Para ele, exemplo disso é o Porto Digital de Pernambuco, considerado pela Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec) um dos melhores do Brasil, graças à sua gestão por uma OS. Com sete anos em funcionamento, o Porto Digital possui hoje 107 empresas, emprega mais de 4 mil pessoas com salário médio acima de R$ 2,5 mil e teve um faturamento de R$ 750 milhões em 2007.

Crescimento da economia baiana

O governador relacionou a instalação do parque ao crescimento da economia baiana. “Não há economia moderna se não houver investimento em ciência, tecnologia e pesquisa”, declarou. Segundo ele, o Parque Tecnológico de Salvador vai possibilitar a instalação de empresas vinculadas ao desenvolvimento do conhecimento “e que vão aproveitar exatamente o potencial humano que a Bahia possui”.

“O TecnoVia vem para ser um local que respira tecnologia e informação. Os baianos têm uma capacidade inventiva e de inovação muito grande. A nossa gente é criativa e era preciso um referencial para o setor tecnológico e para a busca de novos produtos e conhecimentos”, afirmou Wagner.

Política pública

O diretor técnico do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Paulo Manso, declarou que a implantação do parque é um marco para os pequenos negócios inovadores na Bahia. “Muito mais do que uma área física, o TecnoVia vai se constituir em uma política pública que articula instituições de ensino, grandes organizações internacionais e fontes de conhecimento, gerando no estado um ambiente favorável ao empreendedorismo tecnológico”, explicou.

Ele informou que serão geradas não somente empresas inovadoras, mas também vagas de emprego mais qualificadas e melhor remuneradas, além de maior possibilidade de internacionalização de pequenos negócios. “A Bahia tem a oportunidade de se colocar como referencial na América Latina no campo da inovação, da tecnologia e dos negócios que se diferenciam no século XXI”, observou.

O presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), Jorge Lins Freire, disse que o parque vai ser fundamental para as pequenas e médias empresas, que carecem de um trabalho articulado de pesquisa voltado para a produção e formação de mão-de-obra qualificada. “Mas as grandes empresas e indústrias, embora tenham independência deste parque e estrutura financeira própria, terão no TecnoVia um instrumento a mais e que faz a diferença”, destacou.