“Se tomarmos como referência a quantidade de pedidos de patente para medir o desenvolvimento de um país, temos um grande caminho a percorrer no Brasil”, acredita José Lavaquial, gestor do Criatec, um fundo de investimentos para empresas emergentes com foco na inovação. A afirmação foi feita durante o seminário Capital Semente para Idéias e Empresas Inovadoras, realizado nesta terça-feira (1) na Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb).

Os números apresentados por Lavaquial são do ano de 2004, quando os Estados Unidos foram responsáveis por 36% de todos os pedidos de patente feitos no mundo, e o Brasil por 0,2%. “No nosso país, produzimos conhecimento de maneira expressiva, mas ele necessariamente não tem foco na inovação e, em geral, não está atrelado ao setor produtivo”, afirmou.

Na Bahia, onde estão 2% das empresas inovadoras do país, o número de pedidos de patente apresentado por pesquisadores e empresários é o equivalente a 1% do total brasileiro. Na tentativa de reverter esse quadro, a Fapesb lançou, este ano, três editais com foco na inovação tecnológica, que, juntos, somam investimentos da ordem R$ 20 milhões. “Precisamos fazer jus ao fato de termos 5% do PIB brasileiro e 1/3 do PIB do Nordeste”, avalia o diretor de inovação da Fapesb, Elias Ramos de Souza.

Outra iniciativa do Governo do Estado é o Programa Estadual de Incentivos à Inovação Tecnológica (Inovatec) que, até 2010, vai investir R$ 60 milhões. “Dispomos de R$ 15 milhões por ano para financiar a infra-estrutura necessária para fortalecer a base tecnológica da Bahia”, afirmou o secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação, Ildes Ferreira. Ainda durante o evento o secretário destacou também o início das obras do Parque Tecnológico de Salvador, que está previsto para os próximos meses.